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Oliver: Jadice

VLADY OLIVER Tenho uma sobrinha com nome de atriz de novela ─ Thaila Ayala ─ que deve ser a síntese desse país de feitos de otários e credores úteis. Provavelmente nunca conhecerá sua xará e motivo dessa ingênua homenagem ─ pelo menos ela não se chama Jadice Carái, como outra brasileirinha registrada no mesmo país […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 00h56 - Publicado em 15 jul 2015, 15h05
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  • VLADY OLIVER

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    Tenho uma sobrinha com nome de atriz de novela ─ Thaila Ayala ─ que deve ser a síntese desse país de feitos de otários e credores úteis. Provavelmente nunca conhecerá sua xará e motivo dessa ingênua homenagem ─ pelo menos ela não se chama Jadice Carái, como outra brasileirinha registrada no mesmo país de otários ─ mas o que liga as duas de nome difícil de se pronunciar é exatamente a lesma lerda chamada Brasil.

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    Dirão alguns que o idiota do duvidiê pode chamar a atenção para as suas taras vegetarianas no jornal cheio de moscas enquanto a pobre menina rica é obrigada a pagar duas vezes pelo seu laptop, mas o país é o mesmo, tanto para um quanto para a outra. As leis capengas, a justiça achada no lixo, os magistrados pegos com a bocona na botija das negociatas Brasil afora são a síntese acabada de uma mentalidade tacanha que por aqui reina impávida colossa. É uma afronta. Se Thaila tem o necessário desprendimento para chamar isto aqui de país de lerdas, fica aquela impressão bairrista de que a linda moça deveria ir bater o seu tecladinho lá nos States, o que não é em absoluto a minha maneira de pensar sobre o caso. Temos sim o direito de ir e vir. E de comprar. E de não sermos importunados. Aquele senador que cheira sentado, hoje sobre pelo menos três carrões importados que lhes foram confiscados pela polícia, que o diga. Ao menos a moça comprou seu laptop com o dinheiro de seu próprio trabalho e não turbinando a desgraça do país.

    A lei deveria servir para tudo e para todos, independentemente de credo, cruz, foice, martelo, picareta e faixa etária. Aqui as coisas não são assim. No país do relativismo elegante, quem tem cara de rico paga a conta pela cara que tem. Já minha sobrinha perdida no horizonte jamais terá a mesma chance. A começar pelo primo, morto a pauladas neste fim de semana. Por homens fardados, segundo a mãe que tentou se entregar no lugar dele para o martírio. É claro que a tragédia familiar não vira nem nota de rodapé. Dirão alguns que sou romancista e só por isso vejo primas baleadas no peito, cunhados barbaramente assassinados e agora isso. Não conhece o país em que vive um cretino que fecha os olhos a tudo que estamos vivendo.

    Não há lei por aqui. Caso houvesse, a cúpula inteira do governo estaria hoje na Papuda. Metade do Congresso também. Um povinho que permite que a coisa chegue a esse número só pode estar bem representado de bandidos não é mesmo? Você elegeu isso? Se conformou com isso? Pagou por isso? Errou o nome da coisa, na hora de registrar? Agora aguenta. Como é mesmo o nome da mocinha? Jadice Carái. País de lerdas. Nem preciso repetir.

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