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O duelo entre o colunista e meio presidente (capítulo final)

Publicado em 17 de junho No fim do primeiro capítulo, contei que o meio presidente Antonio Paes de Andrade ficou bravo comigo em 1989, mas só perdeu a paciência de vez no começo de 2005. O ataque de nervos foi desencadeado por uma nota publicada na coluna Sete Dias, que saía aos domingos no Jornal […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 13h08 - Publicado em 16 jan 2011, 19h40
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  • Publicado em 17 de junho

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    No fim do primeiro capítulo, contei que o meio presidente Antonio Paes de Andrade ficou bravo comigo em 1989, mas só perdeu a paciência de vez no começo de 2005. O ataque de nervos foi desencadeado por uma nota publicada na coluna Sete Dias, que saía aos domingos no Jornal do Brasil. O texto dizia o seguinte:

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    O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, está em Lisboa, incumbido de resolver a situação de quase 16 mil brasileiros que residem ilegalmente naquele país. O embaixador em Portugal, Antônio Paes de Andrade, está em Brasília, entregue a outras prioridades. Depois de quase quatro meses ocupado com a campanha eleitoral no Ceará, o ex-deputado que fundou a efêmera mas gloriosa República de Mombaça baixou em Brasília, para reforçar a ala governista do PMDB. Não faz falta em Lisboa: gente do ramo se refere a Paes como ”Mala Diplomática”. Mas deveria doar ao Fome Zero os US$ 10 mil mensais que tem continuado a receber sem trabalhar.

    Em vez de mandar dinheiro para o Fome Zero, como sugeri, Mala Diplomática mandou-me a seguinte mensagem datilografada:

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    Senhor Jornalista:

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    Somente ontem, 4 de janeiro de 2005, recebi cópia de sua matéria publicada na edição de 19 de dezembro de 2004 do Jornal do Brasil.

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    Nela, como em várias outras matérias suas escritas contra mim, desde que me candidatei à presidência da Câmara dos Deputados, em 1989, há agressão, há injúria e há difamação.

    Nesta, afirma-se que o Embaixador Antônio Paes de Andrade esteve durante quase quatro meses, no Ceará, ocupado com a campanha eleitoral. Mentira. Na verdade, estive em Fortaleza, de férias, no período de 11 de setembro a 6 de outubro de 2004.

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    Fui posteriormente a Brasília, chamado a serviço pelo Itamaraty, no período de 1º de dezembro a 16 de dezembro de 2004. No dia 12 de dezembro, estando em Brasília, compareci à reunião da Executiva do PMDB, na qualidade de Presidente de Honra do Partido.

    A resposta esperta não desmentia objetivamente o que eu escrevera. É agora, pensei. No domingo seguinte, reproduzi a mensagem do embaixador no mesmo espaço ocupado pela nota que precipitou o desfecho do entrevero, abri um espaço de duas linhas depois da assinatura e parti para a tréplica:

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    Em homenagem ao ministro Luiz Gushiken, que vive recordando à imprensa a importância de valorizar o lado positivo das coisas, a coluna registra que o embaixador em Portugal, Antônio Paes de Andrade, encerrou a longa temporada nos trópicos e reinstalou-se no gabinete em Lisboa. Pode não ser uma boa notícia para os irmãos lusitanos. Para os brasileiros, é sempre positivo saber que algum figurão federal reapareceu no local de trabalho.

    A coluna suspeita de que o embaixador foi clonado: alguém com o nome e a fachada de Paes de Andrade passou esse tempão no Brasil, sim. E aproveita para contar ao fundador da República de Mombaça um episódio, ocorrido há séculos, que os bons diplomatas de carreira andam recordando nos corredores do Itamaraty. O Duque de Toscana queixou-se ao embaixador da República de Veneza: achara rasa demais a qualificação intelectual de um representante veneziano com quem fora obrigado a conviver. ”Não me surpreende, temos muitos tolos em Veneza”, ironizou o interlocutor. ”Também temos tolos em Florença”, replicou o Duque. ”Mas tomamos o cuidado de não exportá-los”.

    O Brasil exporta.

    Paes de Andrade achou melhor não revidar. Numa troca de bordoadas por escrito, ensinou Carlos Lacerda, ganha quem der a última. Essa eu acho que ganhei.

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