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Marco Antonio Villa: ‘O lulismo desqualifica a política e abre caminho para o autoritarismo’

Radicalmente democrata, o historiador e sociólogo Marco Antonio Villa traduz exemplarmente, nos artigos que publica, o pensamento dos brasileiros decentes. Nesta quarta-feira, no caderno Eleições 2010, da Folha de S. Paulo, Villa condensou em poucos parágrafos a indignação do país que presta com o comportamento do presidente da República. Lula abandonou a chefia do governo […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 14h18 - Publicado em 8 set 2010, 19h26
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  • Radicalmente democrata, o historiador e sociólogo Marco Antonio Villa traduz exemplarmente, nos artigos que publica, o pensamento dos brasileiros decentes. Nesta quarta-feira, no caderno Eleições 2010, da Folha de S. Paulo, Villa condensou em poucos parágrafos a indignação do país que presta com o comportamento do presidente da República. Lula abandonou a chefia do governo para tornar-se, simultaneamente, chefe da candidata Dilma Rousseff e chefe da torcida do time de petistas, jogando no campo da Receita Federal, assumiu a liderança no campeonato do crime desorganizado. Gostaria de ter escrito este texto:

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    A oposição acordou. Finalmente. Tinha imaginado que a eleição era na Lapônia. E que a candidatura oficial tinha a lhaneza do Papai Noel. Descobriu que vivemos em um país onde as instituições democráticas são frágeis. Onde o poder Judiciário é de mentirinha. E o Legislativo está sendo invadido – para a alegria mórbida dos inimigos da liberdade – por humoristas decadentes, ex-jogadores de futebol, celebridades instantâneas e “sambeiros” que espancam suas mulheres.

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    Lula rasgou a lei eleitoral. Depois de ter sido multado diversas vezes pela TSE resolveu, a seu modo, a questão: passou a ignorar solenemente o tribunal. Manteve a rotina de associar o cotidiano administrativo com o processo eleitoral. Em outras palavras: “peitou” o tribunal e ganhou. Ganhou por omissão do TSE.

    Para Lula, a democracia não funciona pelo respeito às leis, com uma oposição vigilante e pela crítica às ações do governo. Não. Para ele, a democracia só tem uma fala, a dele. Transformou as cerimônias públicas em espetáculos de humilhação.

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    Aos adversários, como na Revolução Cultural chinesa, reserva o opróbrio. Basta citar dois incidentes recentes: um em São Paulo e outro em Sorocaba. Manteve-se impassível quando a claque vaiou e quase impediu de falar, o governador Goldman. No fundo, estava satisfeito. O mais triste é que o fato foi considerado absolutamente natural. No Brasil lulista a prática de impedir pelos gritos e, se necessário, pela força, um opositor de falar, está virando rotina.

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    A associação indevida entre governo e Estado é evidenciada a todo momento. Tanto no escândalo dos dossiês, como no comício de Guarulhos – onde nem usou o disfarce da presença da candidata – ou na decoração do gabinete presidencial, que tem na parede um adesivo com o logotipo do governo ao invés de algum símbolo nacional.

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    O lulismo desqualifica a política. E abre caminho para o autoritarismo. A eleição deixa de ser uma salutar disputa pelo futuro do país e vira uma guerra. Para ele, os opositores não são adversários, são inimigos.

    Enfatiza alguns êxitos econômicos (parte deles sem qualquer relação com o atual governo) e sonha com o poder absoluto. Despreza os defensores das liberdades e, por vontade própria, já começou a mini-constituinte: aboliu informalmente o artigo 5º da Constituição.

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    Age como o regime militar. Tem medo de, cara a cara, enfrentar um oposicionista. Ridiculariza a política. Neste ritmo logo veremos, como na ditadura, algum outdoor com a frase: “Liberdade é uma calça velha, azul e desbotada”.

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