Subscrevo sem ressalvas as duas notas do jornalista Carlos Brickmann publicadas na íntegra na seção Feira Livre. Uma trata da morte do grande Joelmir Beting. Outra registra a vitória do ótimo William Waack sobre o jornalismo de esgoto.
Trecho da primeira: “Joelmir percebeu que, para o grande público não especializado, nem especialmente interessado em economia, não bastava traduzir o economês para o português. Seu texto privilegiado, seu talento para a criação de bordões, ajudou-o a divulgar o que acontecia no hermético mundo econômico”.
Comento. Conheci Joelmir no fim dos anos 70, quando o tradutor do economês comandava um telejornal da Band. No dia em que fui contratado para conduzir um programa de entrevistas, o produtor Roberto de Oliveira levou-me a visitar o estúdio da emissora. Entramos quando Joelmir estava no ar. Fiquei intrigado com os dizeres na placa de papelão que um dos câmeras mantinha erguida: “Enrola, Joelmir!”
Terminado o telejornal, Joelmir desfez o mistério: “Eles pedem que eu fique enrolando quando ocorre algum problema no roteiro”, sorriu. Só que ele nunca enrolava: continuava melhorando a cabeça dos telespectadores com informações relevantes. No fim dos anos 80, ao assumir a direção de redação do Estadão, consegui levar para o jornal a coluna que publicava na Folha. O texto era tão bom quanto a voz.
Foi uma honra trabalhar ao lado de um jornalista excepcionalmente talentoso. Foi um privilégio conviver com o amigo Joelmir Beting. (AN)
Trecho da segunda nota: “Um grande portal noticioso, ligado a uma rede de TV, foi condenado a pagar R$ 50 mil de indenização ao jornalista William Waack, da Rede Globo. Motivo: transcreveu a falsa informação segundo a qual Waack era informante do Governo americano e da CIA, serviço secreto dos Estados Unidos”.
Comento: O portal noticioso é o R7, da TV Record. A infâmia foi amplificada por Paulo Henrique Amorim. William Waack, meu amigo desde os tempos da faculdade, é um homem íntegro, um profissional excepcionalmente talentoso. Trabalhamos juntos no Jornal do Brasil e no Estadão. Depois de vê-lo em ação, constatei que William é o melhor correspondente de guerra do mundo.
Imaginei ter conhecido Paulo Henrique Amorim nos anos 70. Engano. Só recentemente pude saber o que faz e o que é. Faz o que tentou fazer com William Waack. E é um nada. (AN)