A expressão “joão-sem-braço” designa o preguiçoso, o omisso ou o trapaceador.
Originalmente, o pedinte amarrava sob a roupa um dos braços ou os dois, fingindo ser mutilado de guerra para obter a esmola pretendida, dando uma de joão-sem-braço.
Mas havia outros sinceros joões-sem-braços, muitos dos quais eram atendidos pelas Santas Casas de Misericórdia, a primeira das quais foi fundada em Portugal, no século XV, pela rainha Dona Leonor, a “princesa perfeitíssima”.
No Rio, a Rua dos Inválidos atesta a tradição. Ela ainda conserva o mesmo nome que tinha em fins do século XVIII, por ter sido edificado ali um asilo para militares reformados, isto é, aposentados. Eles estavam temporariamente impedidos de trabalhar. E muitos iam para a rua mendigar.
A expressão tem fundas raízes históricas. Portugal formou-se e consolidou seu poder por meio de sucessivas guerras, travadas no próprio território ou em suas colônias, produzindo muitos mutilados de guerra.
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