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CELSO ARNALDO: Mesmo depois da reforma, o trema continua sendo um problema para Dilma, especialmente onde nunca existiu: a presidente abre seu stand-up na ONU apresentando condolências ao povo do Qüênia

CELSO ARNALDO ARAÚJO E ela abriu pela terceira vez a Assembleia Geral da ONU, a de número 68, tradição de presidentes brasileiros desde 1948. Como sempre, preparadíssima. Assim que chegou a Nova York na manhã desta segunda-feira, segundo todos os grandes portais brasileiros de informação, que compraram à vista a justificativa da assessoria de mistificação […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 05h20 - Publicado em 24 set 2013, 19h09
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  • CELSO ARNALDO ARAÚJO

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    E ela abriu pela terceira vez a Assembleia Geral da ONU, a de número 68, tradição de presidentes brasileiros desde 1948. Como sempre, preparadíssima. Assim que chegou a Nova York na manhã desta segunda-feira, segundo todos os grandes portais brasileiros de informação, que compraram à vista a justificativa da assessoria de mistificação da Presidência para o sumiço de Dilma, trancou-se em sua suíte no Saint Regis, no coração de Manhattan, “para dar os últimos retoques” no discurso que faria à tarde, passando novo pito nos espiões de Obama.

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    Mas, antes de chegar ao Spygate, havia uma pequena armadilha no texto escrito por Marco Aurélio Garcia e pelo chanceler Luiz Alberto Figueiredo Machado, para ela ler na ONU.

    Segundos antes, já a menção a Antígua e Barbuda ─ “país que integra o Caribe tão querido no Brasil e em nossa região”, terra do embaixador John Ashe, que presidia a sessão ─ tinha sido um perigo, superado de raspão.

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    Mas eis que o Quênia aparece de repente no teleprompter ─ graças aos sanguinários somalis da Al-Shabab, que colocaram o país de novo na ordem internacional. O Quênia surge no discurso, porque a presidente achou por bem condenar o atentado no shopping de Nairóbi e exprimir condolências e solidariedade às famílias das vítimas, ao povo e ao governo do país. E o Quênia foi um problema mais silábico do que diplomático para Dilma, como se verá aos 1:16 do vídeo. Ela parece ter se dado conta do barbarismo, mas o Qüênia da primeira tentativa foi chancelado na segunda.

    Dilma sairia da assembleia geral, triunfalmente, sem saber que o povo do Quênia ─ Kenya em inglês e com k na maioria das outras línguas ─ não merecia esse trema imaginário. Mesmo porque, o Qu é coisa nossa. Nunca, em tempo algum, em qualquer idioma, alguém havia ousado tanto ─ até o dilmês ser ouvido naquele recinto babélico.

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    Mas o trema, como a crase, não foi feito para humilhar ninguém ─ principalmente onde nunca existiu. E, de fato, Dilma superou o tropeço e se manteve firme na condenação ao atentado. Foi muito bom saber dela, logo em seguida, numa resposta dura aos guerrilheiros do Al-Shabab:

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    “Jamais transigiremos com a barbárie”.

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    O resto do discurso, noves fora o trecho que sataniza “a interceptação ilegal de informações”, foi dirigido aos beneficiários do Bolsa Família, quase todos potencialmente ligados na abertura da Assembleia Geral da ONU com seus iPads e smartphones ─ enfim, a aldeia global preconizada há 40 anos por Marshall McLuhan ─ para ouvir Dilma, em plena ONU, fazer campanha para um governo que dá lição ao mundo em matéria de justiça social, eficiência administrativa, honestidade, geografia e gramática.

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