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Celso Arnaldo: ‘A imagem de Yoani desembarcando no Recife vale mais que mil palavras que nunca foram ditas em Cuba’

Os manifestantes alugados para hostilizar a blogueira Yoani Sánchez trouxeram de volta à coluna o jornalista Celso Arnaldo Araújo. Único brasileiro especializado em dilmês, nosso grande caçador de cretinices deixou momentaneamente de lado a presidente que não diz coisa com coisa para cuidar das nulidades escaladas para berrar idiotices em aeroportos. Confira. (AN) CELSO ARNALDO […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 06h50 - Publicado em 19 fev 2013, 01h12
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  • Os manifestantes alugados para hostilizar a blogueira Yoani Sánchez trouxeram de volta à coluna o jornalista Celso Arnaldo Araújo. Único brasileiro especializado em dilmês, nosso grande caçador de cretinices deixou momentaneamente de lado a presidente que não diz coisa com coisa para cuidar das nulidades escaladas para berrar idiotices em aeroportos. Confira. (AN)

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    CELSO ARNALDO ARAÚJO

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    Faltou destacar a pretensão imbecil desses esbirros de fanfarra cooptados pelo esquema petista-cutista-castrista para a desmoralização de Yoani Sánchez no Brasil. Imagine: eles tentaram intimidar uma moça que há mais de 15 anos não faz outra coisa além de arrostar, de cara lavada, e só munida de seu computador quase desconectado do mundo, uma das mais longas, impenetráveis, impermeáveis e sanguinárias ditaduras da história moderna.

    Todo esse tempo, ela enfrentou burocratas suados e gorilas de verde oliva treinados para reprimir, calar, prender, torturar, arrancar e, em nome dos ideais do socialismo, castrar vozes e espíritos dissidentes – esta, a verdadeira especialidade dos Castros. Nunca cedeu, nunca esmoreceu. E, ironia da história: o governo de Cuba, ao finalmente autorizar a saída pacífica de Yoani, depois de dezenas de tentativas frustradas, pelo menos aparentemente demonstrou ser hoje mais tolerante à dissidência que esses cubanos falsificados que quase agrediram a moça na chegada ao Brasil.

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    Por isso, a imagem de Yoani Sánchez desembarcando no Recife vale mais que mil palavras que nunca foram ditas em Cuba. Para quem conhece a história de Yoani, não causou surpresa a indiferença altiva e serena com que ela reagiu às manifestações da turba mal ensaiada — que talvez tenha até contido sua agressividade natural, já que capaz de coisas muito piores, diante da revelação, na véspera, do complô contra ela. Escalados há tempos para a missão, não quiseram perder a viagem. Mal sabiam esses tipinhos à toa — ofensivos à nossa inteligência, mas inofensivos à ordem geral das coisas — que, aos ouvidos de Yoani, vozes discordantes, mesmo quando pífias e desafinadas, chegam a soar como uma cantata de Bach. Nesses 50 anos, quando ouvidas em Cuba, custaram aos donos das laringes emitentes uma longa temporada numa masmorra imunda e silenciosa.

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    A recepção vulgar e tacanha a uma jovem dissidente que luta pela liberdade de denunciar a falta de liberdade em Cuba não perturbou Yoani. Pelo contrário: com uma elegância democrática que chega a ser sensual, disse ter gostado até dos insultos que recebeu. E, assim que pisou aqui, mostrou-se deslumbrada com a rapidez da nossa banda larga. De seu celular, obteve conexão imediata. Tweet transmitido ontem de madrugada a seus 410 mil seguidores:

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    “Créanme que la experiencia de internet me tiene asombrada. Cómo es posible que mi país siga condenado a la desconexión?”.

    Em seguida:

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    “Ahora ya entiendo mejor por qué tantos remilgos, demoras y censuras para abrir el acceso a internet para los cubanos”

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    Ok, algumas frases mais ressonantes impressionaram Yoani ao chegar ao Brasil — mas definitivamente não foram os xingamentos dos idiotas que tentaram esfregar notas falsas de dólar em sua cara e chegaram a puxar sua linda cabeleira. Tuitou Yoani, ao respirar e a escutar liberdade depois de tantos anos:

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    “Me asombró ver a varios empleados aeropuertarios de Brasil hablar en voz alta y francamente de política. Em Cuba hablan en un murmullo”.

    O murmullo de Yoani finalmente ganhou corpo – a despeito dos sussurros trocados entre os prepostos dos Castros e dos Carvalhos, que tramaram contra ela, contra a liberdade, na Embaixada de Cuba em Brasília.

     

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