Assine VEJA por R$2,00/semana
Augusto Nunes Por Coluna Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

“Bem brasileiro, bom brasileiro” e outras notas de Carlos Brickmann

Está ruim, mas pior ainda é essa campanha para culpar os cidadãos pela sem-vergonhice e corrupção nos altos escalões

Por Carlos Brickmann
Atualizado em 30 jul 2020, 20h26 - Publicado em 3 jun 2018, 07h14
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

    Publicidade

    Está ruim: políticos importantes merecidamente presos, outros ainda não. Governo fraco, nas mãos de congressistas que só têm força na hora de buscar vantagens pessoais. Carlos Marun é ministro. Gleisi comanda o PT.

    Publicidade

    Está ruim, mas pior ainda é essa campanha para culpar os cidadãos pela sem-vergonhice e corrupção nos altos escalões. Coisas do tipo “ah, você é contra o desrespeito às leis, mas já estacionou em lugar proibido”, “prestou um serviço e recebeu por fora”, “reclama da falta de educação dos outros, mas já jogou embalagem de chocolate na rua”. Ou seja, a bandalheira dos poderosos nasce de sua falta de correção ao pegar um envelopinho a mais de açúcar na hora do cafezinho. Jogar papel de bala na rua e ordenhar as estatais é mais ou menos a mesma coisa. Seríamos malandros incorrigíveis, enquanto japoneses, suecos e coreanos cumpririam seus deveres cívicos.

    Só que não. Há tempos, o notável articulista Mauro Chaves perguntou por que o brasileiro, na Suíça, não jogava maço de cigarros vazio no chão, enquanto, no Brasil, os suíços não se davam ao trabalho de procurar a lata de lixo. O motivo era simples: é que lá tem polícia. As altas multas educam o cidadão pelo bolso. O cidadão, aqui e lá, sabe o que lhe é conveniente.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Há brasileiros influentes na política americana de banda larga, na saúde canadense, no comércio libanês, na expansão das exportações chinesas. Sem complexo de vira-latas: ruins são os governantes, não os governados.

     

    Publicidade

    Tem de ser fraco

    Continua após a publicidade

    O executivo Pedro Parente, em dois anos, recuperou a Petrobras. Foi um processo doloroso, já que era preciso, além de gerir o presente, descobrir e pagar os rombos do passado. Houve acordos com credores e acionistas, os investimentos foram retomados, a Petrobras voltou a ser lucrativa — o que é essencial se quiser captar recursos para se desenvolver. Até Luiz Marinho, o mais petista dos petistas, candidato do PT ao Governo paulista, admitiu que Dilma tinha perdido a mão no comando da Petrobras. Parente sofria um processo de fritura. Afinal, que é que fazia um executivo como ele num Governo que tem Eunício como expoente? Pediu demissão. Caiu ele, caíram as ações da Petrobras. O investidor cuida de seu dinheiro.

    Publicidade

     

    Publicidade

    Dinheiro fujão

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Depois do acordo do Governo com as empresas de transporte que os jornais chamam de “caminhoneiros”, como se um caminhoneiro pudesse ficar nove dias sem trabalhar começou a discussão: onde o Tesouro iria buscar recursos para cobrir todas as concessões oficiais? Houve gente que listou fontes de recursos (insuficientes, mas pelo menos sairiam das mordomias oficiais): fim dos penduricalhos que multiplicam vencimentos de funcionários e os colocam muito acima do teto constitucional; fim das viagens em jatinhos da FAB; fim do seguro-saúde ilimitado e permanente dos parlamentares; e assim por diante. Mas isso não vai dar certo. Esta coluna teve acesso a uma lista, em papel timbrado do Tribunal de Justiça do DF e Territórios, com 401 linhas contendo nomes que receberiam, cada um, R$ 437.773,00, a título de auxílio-moradia atrasado. Faça um teste de aritmética: R$ 437.773,00 x 401. E responda: como pagar essas contas?

     

    Publicidade

    Dívida no alto

    Continua após a publicidade

    Essas contas não são pagas: o Governo pega dinheiro emprestado para honrá-las. O que faz, na verdade, é transferir a quantia para a dívida pública, mais juros, despesas, etc. Todos os etc. que der para imaginar. Resultado: a dívida pública federal subiu 27% desde o início do Governo Temer, informa Lauro Jardim. Alcançou o estonteante total de 3 trilhões, 658 bilhões de reais. Mas Temer não é o único gastador: do último dia do Governo Fernando Henrique até hoje, Governos Lula e Dilma, a dívida pública subiu 412%.

     

    Publicidade

    Luz, ele quer luz

    Continua após a publicidade

    Acredite: o presidente Michel Temer diz que, durante a paralisação dos caminhões, foi iluminado por Deus. Não deve ser verdade, claro. Se Deus o tivesse iluminado, tão logo visse aquela imagem de mordomo de filme de terror apagaria a luz. Bela Lugosi, Boris Karloff, Vincent Price nenhum dos astros de terror de Hollywood chegava aos pés de nosso presidente. E vejamos as medidas tomadas pelo Iluminado para resolver seus problemas.

     

    Publicidade

    Segurança no Rio

    Temer determinou a intervenção de tropas federais para enfrentar os problemas de segurança do Rio. Há quem diga que não aconteceu nada, mas aconteceu, sim. Traficantes tomaram cinco estações do belo BRT, o ônibus de transporte rápido construído para os Jogos Olímpicos. E montaram quiosques para a venda de drogas ao longo do percurso.

     

    Publicidade

    Povo mais rico

    Temer reajustou a Bolsa Família em 5,67% a partir de 1º de julho. Atenção, beneficiários: não é para sair por aí gastando feito loucos.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.