A Imobiliária Lula aposentou a escritura
1 Minuto com Augusto Nunes: o sitiante sem terra e o colecionador de apartamentos com um teto só
Oficialmente, Lula poderia filiar-se ao MST: não possui sequer um palmo de quintal. Mas entre 2011 e 2015, quando VEJA divulgou a esquisitice, ele passou quase todos os fins de semana num sítio em Atibaia cujos donos oficiais são dois amigos do filho Lulinha que nunca deram as caras por lá.
Oficialmente, Lula também poderia exigir um lugar à sombra na dianteira da fila de espera do MTST: o único teto que lhe pertence é o apartamento 122 do edifício Green Hill, em São Bernardo do Campo. Mas ainda era presidente quando passou a ocupar também o 121, sequestrado em fevereiro pela Justiça Federal, cujo dono oficial é um primo do amigão José Carlos Bumlai que nunca deu as caras por lá.
Oficialmente, Lula nunca se interessou por imóveis à beira-mar. Deve ter sido apenas para matar o tempo que ele, a mulher e filhos visitaram com tanta frequência o triplex no Guarujá, e foram invariavelmente recepcionados na calçada por figurões da empresa proprietária do prédio. E decerto foi só para medir o desprendimento de empreiteiros amigos que a família real encomendou a uns a reforma do sítio e do triplex, a outros modernidades que sempre começavam por uma cozinha de restaurante condecorado pelo Michelin.
Não existem documentos que provem que os imóveis são dele, alega Lula. Quem tem amigos tão singularmente generosos é dispensado de providenciar escrituras. Ou era ─ antes que entrasse em cena a Lava Jato.