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Augusto Nunes

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‘Do zero ao infinito’ e outras cinco notas de Carlos Brickmann

Publicado na coluna de Carlos Brickmann Há quem prefira esta Dilma que se elegeu aliada a Temer ao Michel Temer que se elegeu ao lado de Dilma. Há quem lute contra Renan, ministro de Fernando Henrique, para derrubar Renan, homem-forte de Lula. Ou faça questão do Lula que combateu Collor, repudiando o Lula que se […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 5 jun 2024, 04h12 - Publicado em 13 abr 2016, 15h45
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  • Publicado na coluna de Carlos Brickmann

    Há quem prefira esta Dilma que se elegeu aliada a Temer ao Michel Temer que se elegeu ao lado de Dilma. Há quem lute contra Renan, ministro de Fernando Henrique, para derrubar Renan, homem-forte de Lula. Ou faça questão do Lula que combateu Collor, repudiando o Lula que se uniu a Collor.

    Outros preferem o governo Dilma da “faxina ética” à administração Dilma que comprou a tal refinaria, aquela. Há quem mate e morra para desmoralizar o Delcídio delator, que se atreve a contar o que sabe sobre seus antigos aliados e, digamos, colegas de trabalhos no Parlamento. Existe até quem seja favorável à demissão de Kátia Abreu, só porque era ruralista, virou ministra de Dilma e hoje é sua amiga de infância. Outros exigem a queda de Nelson Barbosa, substituto de Guido Mantega e seu eterno reserva no Ministério da Fazenda, porque preferem, surpreendam-se, o titular.

    E os que querem a pele da Marina Silva que foi ministra de Lula para evitar que a Marina Silva que sugeriu o voto em Serra chegue forte às eleições?

    Isso não quer dizer que tanto faz escolher um lado ou outro do impeachment. Não, nada disso: a queda do governo que paralisou a economia e dividiu o país em “Nós” e “Eles” é essencial para a retomada do diálogo entre os adversários e a volta ao desenvolvimento. Ou não, desde que o governo, se vitorioso, retome as boas negociações. Não será fácil, mas é essencial.

    É preciso fazer com que até políticos hoje nocivos voltem a trabalhar pelo país.

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    Cuidado com os Magos

    Michel Temer é um homem educadíssimo, de uma cultura impressionante, grande conhecedor de política. Mas sempre que foi testado, digamos, não mostrou grandes resultados. Em São Paulo, Orestes Quércia mandou no PMDB à vontade sem lhe dar a menor atenção. Temer chegou a ser o deputado eleito menos votado do estado.

    É claro que uma pessoa educada, habituada ao diálogo, é muito melhor que uma grosseira que trata os subordinados a palavrões. Mas não esperem milagres de Temer. Ele é sem dúvida melhor do que a maioria dos que existem por aí.

    Mas vamos combinar que isto não é grande vantagem.

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    Não fui eu

    Michel Temer garante que a mensagem que mandou ao PMDB, e que é uma mensagem de presidente da República, vazou por causa de alguém sem cuidados.

    Michel Temer é um sujeito que não fala nem boa noite para alguém sem antes pensar três vezes e aí se decidir que é muito perigoso, e não fala – o sujeito mais precavido do mundo.

    De repente, as coisas vazam e aparecem com essa facilidade toda. Coisas que ele queria dizer para o público que faria como presidente, mas sem dizer diretamente que era isso que estava fazendo.

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    Ele garante que foi mesmo sem querer. Então, tá.

     

    Honra e verdade

    Como na obra de Júlio César, Temer é um homem honrado, tão honrado quanto Brutus que era praticamente filho de César, mas foi quem lhe deu a primeira facada – em defesa, claro, das instituições republicanas e contra o golpe..

    Temer disse que não é candidato a presidente da República. Se ele, que é um homem honrado, diz que não é candidato, é porque não é. Não é assim que as coisas ocorrem na política?

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    Unha e carne

    Um detalhe do ex-senador Gim Argello, que foi preso na nova fase da Operação Lava Jato, acusado de receber propinas das obras da Petrobras, está passando despercebido. É preciso lembrar que até há muito pouco tempo ele era o homem forte da Dilma Rousseff no Senado Federal, com privilégios que quase o levaram até ao Tribunal de Contas da União.

    Argello foi um dos homens mais fortes da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional. Ele a defendia com todo o vigor e atacava quem tomasse qualquer medida contra ela, com todo o furor, com a violência de quem busca um prato de dinheiro.

     

    Observando à distância

    Alguém terá visto a UGT, União Geral dos Trabalhadores, ligadíssima ao ministro Gilberto Kassab, nas manifestações pró-Dilma?

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