Astrônomos e curiosos em diversas partes do mundo assistiram à passagem de Vênus entre a Terra e o Sol desde terça à noite até a madrugada desta quarta-feira. O fenômeno, chamado trânsito de Vênus, só vai se repetir em 2117.
A passagem de Vênus diante do Sol começou pouco depois das 19 horas (horário de Brasília) no céu da América do Norte, na América Central e na parte norte da América do Sul.
O fim do fenômeno foi observado durante a manhã na Europa, Oriente Médio e Ásia meridional. Na maior parte da América do Sul, África ocidental e do Sudoeste, o fenômeno não pôde ser observado. Milhões de asiáticos não puderam observar o fenômeno devido ao tempo chuvoso.
A Austrália, descoberta no século XVIII pelo explorador britânico James Cook, depois de uma missão de observação de Vênus no Pacífico, foi o melhor local para acompanhar o fenômeno, com quase sete horas de visibilidade.
“Não é um eclipse clássico, no qual o Sol é totalmente obscurecido. O diâmetro de Vênus representa apenas um centésimo do Sol, então o que vemos é apenas um ponto passando à frente da esfera solar”, disse Fred Watson, do Observatório Astronômico da Austrália.
Evento raro – O fenômeno foi transmitido ao vivo pela Nasa e por vários outros sites dedicados à astronomia. Os cientistas esperam que as observações de Vênus ajudem a calibrar a observação de astros fora do Sistema Solar.
O trânsito de Vênus acontece a intervalos alternados, um de 8 anos, outro superior a 100 anos. As últimas passagens do planeta entre o Sol e a Terra, e as únicas registradas, ocorreram em: 1639, 1761, 1769, 1874, 1882 e 2004.
“Uma passagem assim é um espetáculo maravilhoso e raro, se você levar em consideração a imensidão do céu. Teremos que esperar até 2117 para o próximo”, disse o cientista Richard Harrison do Solar Dynamics Observatory (SDO).
(Com Agência France-Presse)