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Trio vence Nobel de Física por pesquisas sobre buracos negros

O britânico Roger Penrose, o alemão Reinhard Genzel e a americana Andrea Ghez dividirão o prêmio; Ghez é apenas a quarta mulher laureada na categoria

Por Da Redação
6 out 2020, 09h36
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  • O britânico Roger Penrose, o alemão Reinhard Genzel e a americana Andrea Ghez foram anunciados nesta terça-feira, 6, como os vencedores do Prêmio Nobel de Física de 2020 por suas pesquisas sobre os buracos negros do universo.

    Metade do prêmio foi atribuída a Penrose, de 89 anos, por demonstrar “que a formação de um buraco negro é uma previsão sólida da teoria da relatividade geral”, enquanto a outra metade será dividida entre Genzel, de 68, e Ghez, de 55, pela descoberta de um “objeto compacto e extremamente pesado no centro de nossa galáxia”, explicou o júri do Nobel.

    Andrea Ghez é a quarta mulher a vencer o Nobel de Física, a categoria com o maior predomínio masculino entre as seis que integram o prêmio. “Não sabemos o que um buraco negro contém, não temos ideia, por isso é algo tão exótico, é algo que nos intriga, que nos faz seguir além dos limites da compreensão”, afirmou a premiada, localizada por telefone pela Fundação Nobel.

    Penrose utiliza a matemática desde 1965 para provar que os buracos negros podem se formar e virar uma entidade da qual nada, nem mesmo a luz, pode escapar. Seus cálculos demonstraram que os buracos negros são uma consequência direta da teoria da relatividade geral de Einstein.

    Desde os anos 1990, Genzel e Ghez pesquisam em conjunto uma zona que recebeu o nome Sagitário A*, no centro da Via Láctea. Usando os maiores telescópios do mundo, eles descobriram um objeto pesado e invisível, quase quatro milhões de vezes maior que a massa do nosso sol, que atrai as estrelas próximas e dá a nossa galáxia sua aparência característica de redemoinho.

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    Os buracos negros supermassivos são um enigma da astrofísica, sobretudo, pela maneira como se tornam tão grandes. Sua formação é objeto de muitas pesquisas. Os cientistas acreditam que devoram, a uma velocidade sem precedentes, todos os gases emitidos pelas galáxias muito densas que os cercam.

    Como são invisíveis, os buracos negros podem ser observados somente por contraste, com a análise dos fenômenos que geram a seu redor. Uma primeira imagem revolucionária foi revelada ao mundo em abril de 2019: o primeiro “buraco negro” imortalizado diretamente.

    A astrofísica e a física quântica, que se concentra no estudo do infinitamente pequeno, eram consideradas favoritas para o Nobel de 2020. Em 2019, o Nobel de Física premiou três cosmólogos, o canadense-americano James Peebles, que seguiu os passos de Einstein para tentar explicar as origens do universo, e os suíços Michel Mayor e Didier Queloz, que revelaram a existência de um planeta fora do sistema solar.

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    Os vencedores do Prêmio Nobel de 2020 estão sendo anunciados esta semana, como estava previsto. Mas a cerimônia presencial de entrega dos prêmios, em 10 de dezembro em Estocolmo, foi cancelada, devido à pandemia do novo coronavírus.

    Os laureados, que compartilham quase um milhão de euros (US$ 1,17 milhão), receberão os prêmios em seus países de residência.

    (Com AFP)

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