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Telescópio Hubble capta planeta sendo evaporado por estrela jovem

A velocidade do fenômeno, que aconteceu em um sistema estelar localizado a 32 anos-luz da Terra, intrigou astrônomos

Por Marília Monitchele Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 ago 2023, 14h44

O Telescópio Espacial Hubble surpreendeu os astrônomos da Nasa com uma observação inesperada: um planeta próximo está tendo sua atmosfera destruída pelas explosões energéticas de uma estrela anã. A surpresa vem do fato que na última ronda do telescópio o estrago sequer havia sido detectado. 

Há um ano e meio, quando o Hubble observava o sistema em torno da AU Microscopii (AU Mic), o planeta em sua órbita não parecia estar perdendo quantidades significativas de material, enquanto a observação mais recente, feita há alguns dias, mostrou sinais claros de perda atmosférica. O desgaste expressivo surpreendeu os astrônomos, que alegaram em nota nunca ter testemunhado eventos semelhantes. “Esta observação francamente estranha é uma espécie de teste de estresse para a modelagem e a física sobre a evolução planetária.”, disse Keighley Rockcliffe, da Universidade de Dartmouth. 

A AU Microscopii (AU Mic), é uma estrela anã vermelha localizada a 32 anos-luz da Terra, o que é relativamente próximo em termos astronômicos. Em torno da estrela gira um dos sistemas planetários mais jovens já detectados. A estrela não chega aos 100 milhões de anos, muito distante dos 4,6 bilhões do Sol. 

O planeta, que foi apelidado de AU Mic b, tem um período orbital de aproximadamente 8,5 dias. Ele fica localizado a quase 10 milhões de quilômetros de distância da estrela anã (cerca de 1/10 da distância entre o planeta Mercúrio e o Sol) e tem quatro vezes o diâmetro da Terra, tendo sido detectado em 2020 pela Nasa. 

Embora estrelas semelhantes a AU Mic sejam frequentes na Via Láctea, e hospedem a maioria dos planetas da nossa galáxia, os astrônomos ainda questionam se os planetas em seu entorno podem ser habitáveis. Isso porque, um dos maiores desafios para a vida nesses planetas é justamente as explosões estelares, que emitem radiações destrutivas. 

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As explosões são alimentadas por corpos magnéticos, que se emaranham em torno da órbita da estrela. Quando o emaranhamento fica muito intenso, os campos magnéticos entram em ciclos de quebra e reconexão, liberando quantidades de energia que podem ser de 100 a 1000 vezes mais fortes do que as liberadas pelo Sol, resultando em ventos torrenciais, chamas e explosões de raios-x, irrompendo a atmosfera dos planetas em sua órbita. 

Esse ambiente hostil pode ser ainda mais acentuado nos primeiros 100 milhões de anos após o nascimento da estrela. Esse período de estabilização, no entanto, pode ser maior que a capacidade de sobrevivência de um planeta, que pode acabar perdendo completamente sua atmosfera e ficando inviável para a vida. 

“Queremos descobrir que tipos de planetas podem sobreviver a esses ambientes. Como eles finalmente se parecerão quando a estrela se estabelecer? E se haveria alguma chance de habitabilidade ou eles acabarão sendo apenas planetas queimados?” disse Rockcliffe. “Eles eventualmente perdem a maior parte de suas atmosferas e seus núcleos sobreviventes se tornam super-Terras? Nós realmente não sabemos como são essas composições finais porque não temos nada parecido em nosso sistema solar.”

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