Telescópio de complexo europeu divulga vasto atlas de berçários estelares
Imagem compreende cinco nebulosas próximas e foi feita a partir da reunião de mais de um milhão de registros infravermelhos
O Observatório Europeu do Sul (ESO, na singla em inglês), organização intergovernamental de pesquisa em astronomia, composta e financiada por 17 países, divulgou nesta quinta-feira, 11, a fotografia de cinco nebulosas próximas, a partir da reunião de mais de um milhão de imagens obtidas com o Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy (Vista). O vasto atlas infravermelho revela jovens estrelas em formação, incrustadas em espessas nuvens de poeira. Graças a essas observações, os astrônomos têm uma nova ferramenta para decifrar o complexo quebra-cabeça do nascimento estelar.
“Nessas imagens, podemos detectar até mesmo as fontes de luz mais fracas, como estrelas muito menos massivas que o Sol, revelando objetos que ninguém jamais viu antes”, disse em nota Stefan Meingast, astrônomo da Universidade de Viena, na Áustria, e principal autor do novo estudo publicado na Astronomy & Astrophysics. “Isso nos permitirá entender os processos que transformam gás e poeira em estrelas.”
As estrelas se formam pela condensação de gases que se aglutinam pela atração gravitacional, mas os detalhes de como isso acontece não são totalmente compreendidos. Para tentar elucidar essa questão, a equipe de Meingast pesquisou cinco regiões próximas de formação de estrelas com o telescópio Vista, no Observatório do Paranal, no Chile. Usando uma câmera infravermelha, única capaz de fazer esse registros, a equipe capturou a luz vinda de dentro das nuvens de poeira.
A pesquisa, intitulada Visions: The Vista Star Formation Atlas (Visions: Atlas de Formação Estelar do Vista, em tradução livre), observou regiões de formação estelar nas constelações de Orion, Ophiuchus, Chamaeleon, Corona Australis e Lupus. Em um período de cinco anos, a equipe obteve mais de um milhão de imagens, que foram reunidas em grandes mosaicos, revelando vastas paisagens cósmicas. Esses panoramas detalhados apresentam manchas escuras de poeira, nuvens brilhantes, estrelas recém-nascidas e as distantes estrelas de fundo da Via Láctea.