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‘Tarzã’ brasileiro é monitorado há 22 anos na Amazônia pela Funai

O 'Índio do Buraco' é o único sobrevivente de uma tribo exterminada por sucessivos ataques de fazendeiros e exploradores de madeira em Rondônia

Por Da Redação
Atualizado em 20 jul 2018, 18h40 - Publicado em 20 jul 2018, 17h24

A Fundação Nacional do Índio (Funai), do Brasil, divulgou imagens de um indígena que passou os últimos 22 anos sem contato com outros humanos na reserva de Tanaru, em Rondônia. Conhecido pelos moradores da região como o “Índio do Buraco”, ele foi cuidadosamente observado ao longo desse período por especialistas da Fundação, sem nenhum tipo de interação.

De acordo com o portal da Funai, o “Índio do Buraco” é o último sobrevivente de uma tribo isolada que, depois de sofrer inúmeros ataques de fazendeiros e exploradores locais de madeira, foi expulsa de suas terras e acabou extinta. O último ataque ocorreu em 1995, quando a tribo se resumia a apenas seis pessoas.

Ao localizar acampamentos indígenas e outros vestígios, a Funai tomou conhecimento da tribo e seu último descentende em 1996. Segundo a Fundação, houve tentativas de contato, que foram paralisadas quando os especialistas se deram conta de que o “Índio do Buraco” preferia estar isolado. Sua movimentação é monitorada de longe.

Em alguns momentos, foram deixados para ele ferramentas e sementes que lhe poderiam ser úteis. Segundo o portal da Funai, em 2012, foram encontradas roças de milho, batata, cará, banana e mamão plantadas pelo indígena, que se alimenta desses produtos e da caça.

O trabalho de acompanhamento do “Índio do Buraco” se dá na Terra Indígena Tanaru pela Frente de Proteção Etnoambiental Guaporé, unidade da Funai responsável por monitorar a ocupação e proteger essa área. A Funai monitora também várias tribos isoladas na região Amazônica, de forma a prevenir qualquer contato de outras pessoas com eles, que poderiam causar mortes e até a extinção total da etnia.

“Quando há a presença confirmada ou possível de povos indígenas isolados fora de limites de terras indígenas, a Funai se utiliza do dispositivo legal de Restrição de Uso (interdição de área), visando a integridade física desses povos em situação de isolamento, enquanto se realizam outras ações de proteção e tramitam processos de demarcação de terra indígena”, informa a Fundação em seu portal.

Essas ações de proteção estão amparadas no artigo 7.º do Decreto 1775/96; no artigo 231 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988; e no artigo 1.º, inciso VII da Lei nº 5371/67.

Herói de livros e filmes

A história de um homem isolado de outros humanos na selva, como a do “Índio do Buraco”, tem fascinado leitores e cinéfilos há mais de 100 anos. Embora fictícia, a narrativa sobre menino inglês criado por gorilas na selva africana estourou em vendas ao ser publicada em uma revista em 1912. Dois anos depois, a estória  escrita pelo americano Edgard Rice Burroughs foi editada como livro, com o título de “Tarzã dos Macacos”. No total, Burroughs escreveu 24 livros com o mesmo protagonista até meados da década de 60.

No cinema, houve pelo menos 49 versões. A primeira delas, ainda na fase do cinema mudo, foi em 1918. O mais profíquo intérprete de Tarzã foi o nadador americano Johnny Weissmuller, que celebrizou seu grito de chamado aos animais da selva e a simplória expressão “eu, Tarzã; você, Jane”. Weissmuller estrelou ainda a versão concorrente, “Jim das Selvas”, com 16 filmes, e uma série de televisão sobre o herói original.

O personagem inspirou também animações para o cinema e a televisão e versões mais sofisticadas e recentes de filmes, como “A Lenda de Tarzã”, de 2016, dirigido por David Yates e protagonizado pelo ator Alexander Skarsgard.

O mais famoso Tarzã, Johnny Weissmuller, e Alexander Skarsgård, o intérprete do filme mais recente sobre o lendário personagem (Keystone Features/Getty Images/Warner Bros/Divulgação)
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