A Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO) pousou com sucesso a missão Chandrayaan-3 no polo sul da Lua, na manhã desta quarta-feira, 23. Com a conquista, o país se torna o quarto a conseguir realizar uma descida controlada no solo do satélite, atrás da antiga União Soviética, dos americanos e, mais recentemente, dos chineses.
Por volta das 9h15, no horário de Brasília, a etapa de desaceleração da sonda se iniciou, com o objetivo de reduzir a velocidade de 1680 metros por segundo para 358 metros por segundo; e a altura do módulo de 30 para 7,4 quilômetros. Após esta fase, a sonda foi colocada em posição vertical e o processo de alunissagem começou a acontecer, sendo finalizado com sucesso pouco depois das 9h30.
“O céu não é o limite”, disse o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, após a alunissagem. “A nossa missão lunar é centrada no ser humano, portanto, esse sucesso pertence a toda a humanidade e ajudará missões de outros países no futuro. Estou confiante de que todos os países no mundo, incluindo os países do sul global, conseguirão atingir esse objetivo.”
Os propósitos da missão são demonstrar a capacidade da ISRO de pousar uma sonda de maneira segura na Lua, o que pode dar ao país um papel de protagonismo na exploração espacial. Atualmente, apenas Estados Unidos e China tomam a dianteira do que tem sido chamado de nova corrida espacial, que objetiva a exploração contínua da Lua e a conquista do solo marciano.
Além de comprovar a aptidão técnica do país, a missão também leva um rover ao solo lunar. Durante seu funcionamento, ele deverá estudar a composição e características do solo, atividade sísmica e variação de radiação na região ao longo do tempo.
A Índia já havia tentado fazer um pouso controlado em 2019, mas o projeto denominado Chandrayaan-2 falhou na alunissagem. A nova tentativa teve início no dia 14 de julho, com o lançamento da espaçonave LVM3 M4. Antes de partir em direção à Lua, o veículo deu cinco voltas em torno da Terra, o que garantiu propulsão suficiente para chegar ao satélite.
Essa não será a única visita a Lua realizada neste ano. Em abril, a empresa privada japonesa ispace falhou em tentar realizar o primeiro pouso comercial em solo lunar. No último dia 20, a Rússia também foi malsucedida neste feito, 50 anos após a última missão do país ao satélite. Nos próximos meses, duas missões do Serviço Comercial de Carga Lunar da Nasa e uma viagem turística da SpaceX também estão agendadas para acontecer.