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Seleção natural ainda se aplica aos seres humanos

Estudo contraria ideia de que a agricultura e a monogamia teriam impedido a evolução natural dos seres humanos

Por Marco Túlio Pires
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h38 - Publicado em 3 Maio 2012, 11h13
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  • Um novo estudo comprova que a seleção natural, proposta pelo naturalista inglês Charles Darwin no século XIX, ainda se aplica à espécie humana. O artigo foi publicado nesta segunda-feira no periódico PNAS.

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    SELEÇÃO NATURAL

    A teoria da seleção natural foi formulada pelo naturalista Charles Darwin em seu livro A Origem das Espécies, em 1859. Segundo a teoria, as criaturas mais adaptadas – não necessariamente as mais fortes – conseguem passar adiante suas características, enquanto as menos adaptadas perecem. Ainda segundo essa teoria, todas as criaturas têm um ancestral em comum. Mutações sucessivas foram diferenciando as espécies. As mutações que deixavam os seres mais adaptados prosperavam.

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    Pesquisadores de diferentes áreas, como medicina, ciências sociais e biologia, ainda não chegaram a um acordo sobre o quanto a seleção natural influenciou a evolução humana depois de adaptações sociais e culturais e a revolução agrícola. Parte dos cientistas considera que alguns aspectos seletivos, como o acesso à comida e influências ambientais, não são tão importantes hoje quanto eram nas sociedades de caçadores-coletores de 10.000 anos atrás.

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    O estudo realizado na Universidade de Turku (Finlândia), contudo, aponta que a seleção natural ainda se aplica aos seres humanos. Para chegar a essa conclusão, os autores analisaram o registro de 6.000 finlandeses pertencentes a famílias monogâmicas entre 1760 e 1849. Os cientistas determinaram se as mudanças demográficas, culturais e tecnológicas da revolução agrícola reduziram a seleção natural em humanos.

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    Os cientistas usaram informações detalhadas sobre a condição econômica, nascimento, mortes e casamentos e estudaram quatro estágios da seleção natural: sobrevivência à vida adulta, acesso à procriação, sucesso na procriação e a fertilidade por indivíduo. A pesquisa revelou que a intensidade da seleção natural nas populações era compatível com a seleção em outras espécies.

    Por exemplo, quase metade das pessoas morreram antes de completarem 15 anos. Nenhum dos seus genes foram passados para as gerações seguintes, um sinal de que a seleção natural atuou sobre essa população. Dos que conseguiram avançar além da infância, 20% não se casaram e não tiveram filhos. Isso sugere que algumas características impediram alguns indivíduos de conseguir parceiras e passar os genes para a próxima geração.

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    Apesar de a monogamia ter limitado o potencial da seleção natural, o estudo revelou que todos os pré-requisitos para a seleção natural foram cumpridos. Isso é verdade mesmo para indivíduos mais ricos, que teoricamente teriam recursos para impedir que a seleção natural favorecesse essa ou aquela pessoa. Os mais ricos poderiam, por exemplo, tratar de algum filho doente contratando serviços médicos, evitando que ele morresse antes de chegar à vida adulta. Contudo, o estudo descobriu que as taxas de sobrevivência logo após o nascimento e a fertilidade desempenharam papel mais importante.

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