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Plástico já entrou na cadeia alimentar terrestre, mostra estudo

Pesquisadores encontram pedaços de plástico no sistema digestivo de minhocas e galinhas, indicando que os resíduos podem chegar também ao estômago humano

Por Da redação
26 abr 2017, 12h31
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  • Uma equipe de cientistas mexicanos e holandeses documentou pela primeira vez a entrada de microplásticos na cadeia alimentar terrestre, graças a um estudo de campo desenvolvido na reserva ambiental de Los Petenes, no México. Os pesquisadores apresentaram os resultados nesta terça-feira durante uma reunião da União Europeia de Geociências.

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    Apesar de há anos existirem estudos sobre a entrada do plástico na cadeia alimentar marinha, este seria o primeiro a documentar o fenômeno no entorno terrestre, segundo explicou a cientista mexicana Esperanza Huerta, do centro de pesquisa Colégio da Fronteira Sul (ECOSUR, na sigla em espanhol). Ela coordenou a pesquisa junto a cientistas da Universidade de Wageningen, na Holanda.

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    De acordo com a pesquisadora, devido à falta de recolhimento e gestão dos plásticos, os habitantes de Los Petenes queimam os resíduos e os enterram no chão de suas hortas, aumentando o risco de microfragmentação. Analisando o solo, as minhocas e as fezes de galinhas domésticas de dez hortas na reserva mexicana, a equipe detectou a presença de plástico na terra e até dentro dos animais terrestres – o que, considerando que eles são uma fonte de alimento para muitas pessoas, representa um risco à saúde humana.

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    Huerta explica que as minhocas acabam ingerindo o plástico junto com a terra. Assim, quando são devoradas pelas galinhas, transportam essas substâncias para dentro do estômago e das moelas das aves, que, por sua vez, são ingeridas por humanos. Também é possível que as galinhas se contaminem diretamente, ingerindo plástico do solo ao beliscar pedaços que estão aderidos a restos de comidas.

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    Huerta assegurou que, considerando que Los Petenes é uma reserva ambiental e seus habitantes recebem educação para cuidar do meio, é possível que em outros entornos a situação seja inclusive pior. O grande problema, para a pesquisadora, é o costume de queimar os plásticos, o que agrava a contaminação.

    “Pensam que ao queimá-lo resolveram o problema. Mas a situação é que ele fica acessível aos invertebrados do chão, e se for acessível para eles, é também para o resto da cadeia alimentar”, resumiu.

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    As moelas das galinhas, que, segundo os cientistas, também tinham concentrações de microplástico em seu interior, são usadas em diversos pratos tradicionais mexicanos. A pesquisadora apontou que as pessoas com as quais falou confessaram não limpar as moelas por dentro, lavando somente por fora e cozinhado logo em seguida, prática que pode, facilmente, levar à contaminação de uma pessoa.

    Sobre qual seria a real consequência do consumo de plástico para a saúde humana, a pesquisadora indicou que são necessários mais estudos a respeito, mas o considerou um “grande risco”. Para as minhocas, no entanto, os efeitos são mais claros. Huerta, que é especialista no estudo desses invertebrados, diz que, dependendo da concentração e do tempo de exposição ao plástico, a mortalidade aumenta de forma considerável e a fertilidade dos animais se reduz.

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    Embora o acesso ao plástico tenha melhorado a vida das pessoas, afirma a professora, sua escassa degradação é um grande problema e deve ser motivo de preocupação, evidenciando a necessidade de algum tipo de regulamentação internacional para evitar doenças.

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    (Com EFE)

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