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Países amazônicos perdem seis cidades de São Paulo em área hídrica

Relatório do MapBiomas aponta a contínua perda das regiões aquíferas nos últimos dois anos

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 set 2023, 18h53 - Publicado em 20 set 2023, 18h52

O monitoramento constante da paisagem de uma região é base de qualquer indicador de política pública. Quando o assunto é meio ambiente, esse registro se faz ainda mais necessário, uma vez que grandes áreas de vegetações costumam ficar nos rincões, fora do alcance da fiscalização cotidiana das autoridades. Com o propósito de ser o grande radar das movimentações da cobertura e uso da terra, o MapBiomas apresenta um relatório anual montado a partir dos registros de imagens de satélites, entre outras ferramentas. Nesta quarta-feira, 20, a entidade divulgou a evolução da superfície hídrica dos chamados países Amazônicos, formado por nove nações: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. Juntos, eles perderam 1 milhão de hectares de superfície hídrica em nos últimos dois anos – em comparação a média dos dez anos anteriores.

São inúmeros os fatores que contribuem para esse processo. Entres eles, a elevação da temperatura do planeta, que impacta diretamente as geleiras dos países andinos. Nos últimos 38 anos, o degelo levou a diminuição 56% dessa superfície. O país mais afetado, o Peru, perdeu 97%. “As geleiras tropicais são consideradas uma espécie de ‘termômetro’ da Terra, já que sua expansão ou redução está intimamente relacionada com o clima global”, disse Juliano Schirmbeck, um dos integrantes da equipe MapBiomas Água Países Amazônicos.

Há outros fatores, também importantes, como a diminuição das chuvas. “Na Amazônia, os verões estão mais longos e mais quentes”, diz Carlos Souza, coordenador da equipe de Água do MapBioma. “Ali ainda há a construção de barragens que reduzem o fluxo hídrico à jusante.” O especialista não se refere somente as barragens construídas para hidroelétricas, mas também as pequenas levantadas em fazendas. “A remoção da vegetação florestal e o desmatamento reduzem a umidade na atmosfera, que é a matéria prima para as chuvas.” O solo sem vegetação, torna-se menos permeável a água, reduzindo ainda a alimentação de aquíferos subterrâneos. Some isso aos períodos de secas extensas que aumentaram devido a mudança climática.

Depois de três anos consecutivos de La Niña, que aumenta a quantidade de chuva, a boa notícia é que 2022 foi um período de recuperação, com o aumento de 2% da área hídrica, o equivalente a 747 mil hectares, de um total de 26,6 milhões de hectares que formam todas a região molhada dos países amazônicos. Dono da maior reserva hídrica desse bioma – o Brasil tem uma área de mais de 25 milhões de hectares de superfície de água –, o país foi responsável por 70% desse aumento: 910 mil hectares de superfície de água a mais no ano passado do que a média histórica da década, que é de 17,9 milhões de hectares.

“Apenas Equador, Peru e Bolívia apresentaram redução na aérea aquífera, durante todo o intervalo entre 2000 e 2022”, diz Eva Mollinedo de la Fundación Amigos de la Naturaleza (FAN-Bolivia) e integrante da equipe MapBiomas Água Países Amazônicos. Os outros seis países tiveram comportamentos variáveis, um período de aumento e outro de redução de superfície de água, em relação a média histórica, que ocorreu entre 2013 e 2021, com tendências semelhantes, mas de magnitude variável. ”

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