É senso comum que os macacos são alguns de nossos parentes mais próximos no reino animal: embora não descendamos deles, como se acreditou por muito tempo, possuímos um ancestral comum recente. Esse fato faz com que nosso material genético seja semelhante e, portanto, com que sejamos suscetíveis a algumas das mesmas doenças. Não à toa, cresce agora a preocupação com o risco que o novo coronavírus pode representar para esses animais.
Por isso, foi suspenso todo o turismo relacionado a gorilas no continente africano. Além disso, santuários de orangotangos acabaram fechados ao público na África.
Vale lembrar que, em um zoológico de Nova York, foi constatado que a Covid-19 acometeu um tigre — ou seja, não somos só nós os sujeitos a adoecerem durante esta nova pandemia.
No entanto, ainda não é possível determinar se o vírus é capaz de infectar outros primatas. O que se sabe é que alguns desses animais, a exemplo do gorila-das-montanhas (espécie ameaçada de extinção), são suscetíveis a patógenos em comum conosco, e podem vir a apresentar doenças respiratórias.
Antes do surto do novo coronavírus, já era recomendado que mantivéssemos, no mínimo, uma distância de 7 metros de gorilas em zoológicos e outras instalações. As diretrizes da União Internacional para a Conservação da Natureza pede, aliás, que fiquemos a 10 metros de distância ou mais dos demais grandes primatas (orangotangos, gorilas, bonobos e chimpanzés).
Embora a maior parte das mortes recentes desses animais se deva à caça e ao desmatamento, vírus também podem ocasionar muitas fatalidades: para alguns grupos de macacos, as infecções estão entre as três causas de morte mais comuns. Recentemente, o surto de ebola na África matou centenas de chimpanzés e gorilas, por exemplo.