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Neutrinos voltam a superar velocidade da luz

Nova experiência realizada no final de outubro e divulgada agora confirma os mesmos resultados encontrados pelos cientistas do CERN em setembro

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h54 - Publicado em 18 nov 2011, 06h08
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  • Neutrinos, partículas elementares da matéria, voltaram a se mostrar mais velozes que a luz em novos testes realizados ao longo dos 730 quilômetros que separam o CERN, na Suíça, do laboratório de Gran Sasso, na Itália, informou nesta sexta-feira o Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS).

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    Para tentar eliminar uma possível fonte de erro na medição precedente, a equipe internacional de experimentação Opera (Oscillation Project with Emulsion-tRackin Apparatus) utilizou um novo feixe de prótons para produzir os neutrinos enviados em direção ao laboratório subterrâneo de Gran Sasso, na Itália.

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    O que é um neutrino?

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    Neutrinos são partículas subatômicas (como o elétron e o próton), sem carga elétrica (como o nêutron), muito pequenas e ainda pouco conhecidas. São gerados em grandes eventos cósmicos, como a explosão de supernovas, em reações nucleares no interior do Sol e também por aceleradores de partículas. Viajam perto da velocidade da luz e conseguem atravessar a matéria praticamente sem interagir com ela. Como não possuem carga, não são afetados pela força eletromagnética. Existem três “sabores” de neutrinos: o neutrino do múon, o neutrino do tau e o do elétron.

    Por que um corpo com massa não é capaz de atingir a velocidade da luz?

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    De acordo com as equações da Teoria da Relatividade, quanto mais um corpo se aproxima da velocidade da luz, mais energia é necessária para que ele continue ganhando velocidade. Essa energia teria que ser infinita – uma quantidade maior, por exemplo, do que a existente no universo – para que esse corpo fosse acelerado até a velocidade da luz.

    Einstein errou?

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    Até hoje, as previsões feitas pela Teoria da Relatividade que puderam ser verificadas na prática foram todas confirmadas. Algumas proposições, como a existência de ondas gravitacionais que teriam sido emitidas durante a criação do universo, nunca foram detectadas, mas existem experimentos em desenvolvimento para tentar descobri-las.

    “Com o novo tipo de feixe produzido pelos aceleradores do Cern (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares), fomos capazes de medir com precisão o tempo de percurso dos neutrinos”, explicou Darío Autiero, cientista do Instituto de Física Nuclear de Lyon (França) e responsável de análises de medidas da equipe Opera.

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    Na nova experiência, iniciada no final de outubro, vinte neutrinos puderam ser detectados no laboratório de Gran Sasso, e estas novas medidas “não mudam em nada a conclusão inicial de que os neutrinos parecem viajar mais rápido do que deveriam”, destacou o CNRS.

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    Em 22 de setembro passado, a equipe Ópera anunciou que alguns neutrinos haviam percorrido os 730 km superando ligeiramente (por 6 km/s) a velocidade da luz no espaço (cerca de 300.000 km/s), considerada até o momento um limite insuperável.

    “Os vinte neutrinos que avaliamos forneceram uma precisão comparável aos 15 mil que fundamentaram nossa medição inicial”, assinalou Autiero.

    Para Autiero, “exames complementares” e “medições independentes” são necessários antes que “a anomalia de tempo de voo” dos neutrinos (sua velocidade superior a da luz) possa “ser confirmada ou rejeitada”. Se for confirmada, levará a uma revisão da física atual, incluindo a teoria de Einstein.

    O neutrino é muito difícil de se detectar, porque está desprovido de carga elétrica e atravessa a matéria sem se deter.

    O artigo da equipe Opera com os resultados do novo teste pode ser visto no site ArXiv.

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    (Com Agência France-Presse)

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