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Lembrar-se de um episódio leva ao esquecimento de outro, diz estudo

Para pesquisadores das universidades de Birmingham e de Cambridge, o esquecimento não é passivo, mas fruto do nosso hábito de reforçar certos pensamentos

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h05 - Publicado em 17 mar 2015, 16h40
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  • A recordação intencional e frequente de um episódio faz mais do que simplesmente despertar nossa memória. Na verdade, isso nos leva a apagar outras lembranças concomitantes às que insistimos em lembrar. A revelação é de um estudo publicado na segunda-feira no periódico Nature Neuroscience.

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    Cientistas das universidades de Birmingham e de Cambridge, na Inglaterra, chegaram a esta conclusão depois de fazer uma série de testes de memória com 24 voluntários. Em todas as etapas, o cérebro dos participantes foi monitorado por ressonância magnética.

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    No início da pesquisa, os cientistas mostraram aos voluntários imagens de pessoas famosas, objetos comuns e cenas variadas. Em seguida, os participantes foram treinados a associar a palavra “areia” a duas fotografias mostradas anteriormente: uma de Marylin Monroe e outra de um chapéu.

    Os cientistas pediram que os voluntários se recordassem, particularmente, da primeira fotografia exibida em associação à palavra “areia” – a de Marylin. Em um experimento realizado quatro vezes, os participantes tinham de apertar um botão quando estivessem se lembrando da imagem da atriz ao olhar para a palavra “areia”. Isso se confirmou na maioria das vezes, e os pesquisadores concluíram que essa imagem se tornou a dominante do experimento.

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    Estudo mostra que nossas memórias são ‘editadas’

    Esquecimento – Os cientistas quiseram, então, entender o que havia acontecido com a memória da imagem do chapéu. Será que ela permaneceu intacta como a de Marylin? Em um novo teste, mostraram aos participantes duas fotos diferentes de Marylin e duas de chapéus e perguntaram qual delas eles haviam sido treinados para reconhecer. Se a memoria do chapéu não tivesse se degradado, as pessoas apontariam o objeto e a Marylin certos na mesma frequência.

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    Como padrão de comparação, os voluntários também tinham de identificar outras duas exibidas no começo do experimento, mas que não haviam sido treinados para se lembrar: uma de Albert Einstein e outra de um par de óculos. Nos casos de Marylin e de Einstein, os participantes apontaram as imagens corretas. No entanto, eles tiveram mais dificuldade para identificar o chapéu do que os óculos certos. Os resultados mostraram que a memória do chapéu havia de fato enfraquecido.

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    Cérebro – A análise das imagens obtidas por ressonância magnética confirmou que, ao longo do experimento, a parte do cérebro responsável pela memória da imagem do chapéu foi cada vez menos ativada pela associação com a palavra “areia”, até que, na última vez em que eles viram a palavra, somente a memória da foto da Marylin foi ativada. Ou seja, à medida que a memória de Marylin se tornava mais viva e predominante, a do chapéu – concorrente a ela – foi sendo suprimida, até cair no esquecimento.

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    “As pessoas estão acostumadas a pensar que o esquecimento é algo passivo. Nossa pesquisa revela que as pessoas estão mais engajadas em moldar suas memórias do que pensam”, afirma Michael Anderson, da Universidade de Cambridge e coautor do estudo. “Essa descoberta pode nos dizer muito sobre memória seletiva e autoengano.”

    (Da redação)

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