“Vermes invertebrados e corais foram impactados de forma substancial – e com ‘impactados’ eu quero dizer ‘essencialmente mortos'”
PublicidadePesquisadora Samantha Joye, da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos
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Excursões científicas ao fundo do mar no Golfo do México, quase um ano depois do vazamento de petróleo que matou 11 pessoas e atingiu com severidade o habitat da região, revelaram uma camada de até 10 centímetros feita de óleo e restos de animais em decomposição. Segundo cientistas da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, os impactos sobre o ecossistema durarão dez anos.
A opinião da líder do estudo, pesquisadora Samantha Joye, contraria a tese defendida pelo fundo de compensação da British Petroleum (BP), empresa responsável pelo vazamento de milhões de barris de petróleo no mar em abril de 2011. Para o fundo, o ecossistema local vai se recuperar até 2012 e seu pacote de ajuda de 20 bilhões de dólares será o suficiente para indenizar a população local – o que inclui, principalmente, aqueles que vivem da pesca. “Acredito que o Golfo vá se recuperar, mas não em 2012. Nessa data é que começaremos a ver realmente os impactos causados pelo derramamento”, defende Samantha.
“O impacto sobre a fauna e a flora foi devastador”, disse Samantha à BBC britânica. “Vermes invertebrados e corais foram impactados de forma substancial – e por ‘impactados’ eu quero dizer ‘essencialmente mortos’. Outro ponto crítico são os comedores de detritos – eu não vi um único pepino do mar vivo em qualquer uma das nossas sondas submarinas, por exemplo. E, normalmente, eles estão presentes em todos os lugares”, completa. Esses organismos, explica a cientista, ajudam a oxigenar os oceanos e estimulam a atividade de microorganismos – duas funções indispensáveis para o ecossistema local e que terão impactos sérios sobre todas as espécies, inclusive aquelas importantes para a atividade pesqueira.