Hubble realiza sua milionésima observação espacial
Telescópio há 21 anos no espaço completa marca histórica ao analisar atmosfera de um exoplaneta a 1.000 anos-luz de distância a procura de vapor de água
O telescópio Hubble, da agência espacial americana, ultrapassou a marca de um milhão de observações no início da semana. O observatório cravou o recorde procurando por água na atmosfera de um exoplaneta a 1.000 anos-luz de distância.
“Por 21 anos o Hubble tem sido o principal observatório de ciência espacial, impressionando todos com imagens lindas e permitindo descobertas científicas em um amplo espectro de disciplinas astronômicas”, disse Charles Bolden, presidente da Nasa. Bolden foi o piloto responsável por conduzir o ônibus espacial Discovery em abril de 1990 carregando o telescópio para o espaço.
Embora Hubble seja conhecido pelas belíssimas imagens que faz do cosmo, a milionésima observação foi uma medição espectroscópica – quando os raios de luz são divididos em várias cores. Os padrões coloridos podem revelar a composição química de objetos no espaço. O telescópio analisou a atmosfera do exoplaneta HAT-P-7b, um gigante gasoso maior do que Júpiter, orbitando uma estrela mais quente do que o Sol.
O exoplaneta, também conhecido por Kepler 2b, foi analisado pela sonda caçadora de planetas – o Observatório Kepler – depois de ter sido descoberto por observações terrestres. Agora, o Hubble está sendo utilizado para analisar a composição química da atmosfera do planeta.
Os cientistas procuram por sinais de vapor de água. “É uma observação extremamente precisa e levará meses de análises até que tenhamos uma resposta”, disse Drake Deming, da Universidade de Maryland e do Centro Espacial Goddard, da Nasa. “O Hubble demonstrou que é ideal para caracterizar a atmosfera de exoplanetas, e estamos ansiosos para saber o que esse novo mundo vai nos revelar”, disse.
Legado – O telescópio Hubble foi lançado no dia 24 de abril de 1990 a bordo do ônibus espacial Discovery. Suas descobertas revolucionaram quase todas as áreas de pesquisa astronômica. O observatório já coletou mais de 50 terabytes de dados até hoje. Os arquivos estão disponíveis para o público aqui.
O observatório espacial é um projeto de cooperação internacional entre a Nasa e a ESA, a agência espacial europeia. Hubble será substituído entre 2017 e 2018 pelo poderoso telescópio James Webb, ainda em construção. O novo observatório será capaz de registrar imagens de objetos ainda mais distantes do universo, invisíveis às lentes e sensores do Hubble. James Webb permitirá cientistas enxergarem os primeiros momentos que sucederam à criação do cosmo.