O Departamento de Astronomia da USP (Universidade de São Paulo) vai se equiparar às maiores instituições de pesquisas espaciais do mundo com a compra de um supercomputador capaz de realizar trilhões de cálculos por segundo. O investimento será de 1,3 milhão de reais e o equipamento deverá ser instalado em 2012.
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O MAIOR CLUSTER
É um aparelho japonês chamado K computer, que tem capacidade de processamento de 10 petaflops, ou 10 quatrilhões de cálculos por segundo. Ele está instalado no Instituto Avançado de Ciência Computacional RIKEN, em Kobe. Para se ter uma ideia de seu desempenho, o segundo cluster mais rápido do mundo, que é chinês, tem uma capacidade quatro vezes menor: 2,5 petaflops.
O aparelho se chama cluster e, na verdade, é um enorme aglomerado de computadores menores. A tecnologia faz com que seus processadores trabalhem juntos. Com isso, os cientistas terão uma capacidade de processamento de dados muito maior do que se os computadores funcionassem em rede, mas de maneira independente, e com um custo bem inferior.
O potencial do processamento do cluster será de 20 trilhões de cálculos por segundo, ou 20 teraflops no jargão da tecnologia. Isso significa que será possível realizar cálculos astrofísicos muito complexos, como a simulação da movimentação de planetas, galáxias e de outros corpos celestes a milhões de anos-luz da Terra.
“Agora, não precisaremos mais usar computadores de parceiros e até poderemos auxiliar outras instituições científicas”, explica Alex Carciofi, professor de astrofísica e responsável pelo projeto. O cluster da USP será um dos mais potentes já utilizados por um instituto de astronomia no mundo.
O equipamento só estará completamente instalado no final do ano, mas já poderá ser usado antes disso, em princípio por 150 pesquisadores. O sistema será baseado em uma plataforma Blade Altix ICE 8400 com um processador AMD Opteron 6172, com 4,6 terabytes de memória.