Em um estudo publicado na segunda-feira (17), no periódico científico Lancet Psychiatry, pesquisadores apontam algumas peculiaridades nos cérebros e no comportamento de criminosos reincidentes. Segundo eles, esses indivíduos carregam as atitudes antissociais desde a infância ou a adolescência.
De acordo com os cientistas, adultos com um histórico longo de infrações apresentam diferenças estruturais no cérebro quando comparados com criminosos que só transgrediram a lei quando adolescentes ou com pessoas que jamais cometeram atos ilícitos. No entanto, pontuam os pesquisadores, é importante lembrar que nem sempre uma criança com comportamento antissocial se tornará um criminoso. O estudo apenas reitera a necessidade de ajudar os jovens que apresentam problemas comportamentais.
A pesquisa, feita com base em dados de 672 neozelandeses, coletou informações comportamentais dos indivíduos dos seus 7 aos 26 anos. Além disso, quando atingiam a idade de 45 anos, os cérebros dos participantes do estudo foram escaneados.
Assim, do total de pessoas analisadas, 441 apresentaram sinais pouco significativos de comportamento atípico, 151 eram antissociais somente quando jovens, e somente 80 adotaram um modo de vida antissocial desde a infância até a vida adulta. Este último grupo foi o que apresentou maiores níveis de doenças mentais, uso de drogas e maior violência do que os outros dois, até mesmo mais do que os adolescentes transgressores.
Os cientistas observaram em seus cérebros uma diminuição na área superficial em diversas partes do sistema nervoso central. Além disso, eles possuíam menos matéria cinzenta nas porções do cérebro ligadas à regulação de emoções e motivações e ao controle do comportamento.
Por enquanto, não é possível precisar se essas mudanças se devem a fatores genéticos ou ambientais. De qualquer forma, os estudiosos afirmam que detectar esse tipo de atitude antissocial e auxiliar o jovem a retomar sua saúde mental pode ser uma forma futura de ajudar a prevenir comportamentos indesejados.