Coronavírus pode causar coágulos de sangue no cérebro
Novas análises apontam que o risco de coagulação e os seus efeitos podem persistir mesmo após o fim do tratamento contra a Covid-19
À medida que cresce exponencialmente o número de doentes e mortos por Covid-19, médicos do mundo todo estão descobrindo que a doença causada pelo novo coronavírus, é bem mais complexa do que se imaginava e pode afetar não apenas o pulmão dos pacientes, mas vários outros órgãos intestinos, coração e cérebro.
Uma das complicações que se descobriu recentemente é a formação de coágulos sanguíneos em muitos pacientes que receberam tratamento para Covid-19, até mesmo naqueles que estavam recebendo medicamentos com efeitos anticoagulantes. Esses coágulos podem atingir órgãos como pulmão, coração, cérebro e até membros do corpo dedos de mãos e pés, além de ter como efeito mais graves infartos ou AVCs, com consequências fatais, até mesmo depois da cura.
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Clique e AssineNão é incomum as infecções aumentarem o risco de coagulação. A pandemia de gripe espanhola de 1918, causada por uma nova cepa de gripe que matou cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, também registrou a formação de coágulos em pacientes. Todos os vírus, incluindo HIV, dengue e Ebola, são conhecidos por tornar as células sanguíneas propensas a aglomeração. No entanto, o efeito pró-coagulação pode ser ainda mais pronunciado em pacientes com o coronavírus.
“Existe algo exagerado nesse vírus até o enésimo grau quando se trata desse sintoma”, afirma o chefe de cuidados intensivos pulmonares da Escola de Medicina Warren Albert da Universidade Brown, ao site Bloomberg. “Estamos vendo a coagulação de uma maneira que não vimos no passado”.
Estudos separados da França e da Holanda descobriram que até 30% dos pacientes graves do Covid-19 sofreram embolia pulmonar, um bloqueio potencialmente mortal em uma das artérias dos pulmões. Isso geralmente ocorre quando pedaços de coágulos sanguíneos nas veias das pernas viajam para os pulmões. Em comparação, a prevalência de embolia pulmonar foi de 1,3% em pacientes críticos que não tiveram Covid-19.
(Com Bloomberg)