Cientistas descobriram fósseis de uma antiga espécie de golfinho de água doce (conhecido no Brasil como boto) que vivia nos oceanos. De acordo com os cientistas, o animal que viveu há 5,8 milhões de anos é o parente mais próximo do boto-cor-de-rosa amazônico e pode ajudar a compreender a transição desses animais do oceano para os rios. A descoberta foi publicada no início de setembro no periódico científico PeerJ.
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Os pesquisadores do Instituto Smithsonian, nos Estados Unidos, encontraram o crânio, a mandíbula inferior (com quase todos os dentes), a omoplata direita e pequenos ossos do animal na costa de Piña, no Panamá. Batizado de Isthminia panamensis, a nova espécie, diferente da maioria dos golfinhos de água doce conhecidos até agora, tem quase três metros de comprimento e vivia nos mares.
Há cerca de 50 milhões de anos, baleias e golfinhos evoluíram de ancestrais terrestres e migraram para os oceanos. No entanto, milhões de anos depois, os golfinhos desenvolveram membro bastante flexíveis e nadadeiras semelhantes a remos para escapar dos oceanos superpopulosos e sobreviverem nos rios.
“Até hoje, os registros fósseis de golfinhos de água doce não havia revelado muito sobre seu passado marinho. O I. panamensis nos dá agora uma fronteira geológica precisa para compreender como essa linhagem invadiu a Amazônia”, afirmou o biólogo Nicholas Pyenson, um dos autores do estudo.
Atualmente, existem apenas quatro espécies de golfinhos do rio: todas correm risco de extinção. De acordo com os cientistas, compreender como se deu a evolução do animal pode ajudar a proteger as espécies e salvá-las do desaparecimento.
(Da redação)