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Como a Exxon Mobil previu a crise climática na década de 1970 e negou tudo

Revisão de documentos internos da gigante do petróleo mostra que a empresa sempre soube dos riscos, embora tenha feito campanha para negar a realidade

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 jan 2023, 18h20 - Publicado em 12 jan 2023, 18h19

Ainda em 2015, jornalistas do The Guardian e do Los Angeles Times mostram que a gigante do petróleo Exxon Mobil, antes conhecida como Exxon, sabia há anos da contribuição de combustíveis fósseis na crise climática, que poderia ter “sérias consequências ambientais antes de 2050”. A divulgação, na época, provocou revolta e fez com que muitos outros se debruçassem sobre documentos antigos da companhia. Agora, uma nova revelação, ainda mais chocante, mostra que a Exxon Mobil previu a crise climática, da maneira como ela está acontecendo agora, há quase 50 anos – e negou tudo.

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Harvard e publicado na revista Science mostram que modelos climáticos feitos por profissionais da empresa estão alinhados com a literatura científica atual sobre o fenômeno. Segundo os dados analisados, entre 63% e 93% das projeções ocultas produzidas pela Exxon Mobil entre 1977 e 2003 estavam corretas. Nas últimas décadas, a empresa fez campanhas negando a emergência climática.

“Nossas descobertas demonstram que a ExxonMobil não apenas sabia ‘algo’ sobre o aquecimento global décadas atrás – eles sabiam tanto quanto cientistas acadêmicos e governamentais sabiam”, escrevem os autores no estudo. “Essas descobertas corroboram e adicionam precisão quantitativa às afirmações de estudiosos, jornalistas, advogados, políticos e outros de que a ExxonMobil previu com precisão a ameaça do aquecimento global causado pelo homem, antes e paralelamente à orquestração de lobby e campanhas de propaganda para atrasar a ação climática”, acrescentam.

Em média, a Exxon Mobil previu que a taxa de aquecimento seria de cerca de 0,2°C a cada década, e que os primeiros efeitos da crise climática seriam percebidos na virada do século. Os pesquisadores de Harvard identificaram que os modelos climáticos da Exxon Mobil eram ainda mais precisos que os desenvolvidos pela Nasa e apresentados ao Congresso norte-americano em 1988.

Enquanto isso, durante quase cinco décadas, os porta-vozes da empresa negaram a realidade e promoveram dúvidas. Em 1999, o então CEO da companhia, Lee Raymond, afirmou que o aquecimento global era baseado em “mera especulação”.

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