Um novo estudo realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) tem como foco os riscos trazidos pelo uso de cigarros eletrônicos. A pesquisa foi aceita para publicação na revista Ciência & Saúde Coletiva.
Os especialistas compilaram e analisaram 22 estudos (que, juntos, envolvem quase 100 mil participantes) de diversas nações sobre o tema, todos publicados entre 2016 e 2020. Como resultado, foi constatado que o cigarro eletrônico aumenta as chances de iniciação do uso do cigarro convencional entre pessoas que nunca fumaram. Isso porque o cigarro eletrônico, assim como o regular, possui nicotina, substância causadora de vício que pode levar o dependente a buscar todo e qualquer produto do tabaco para satisfazer sua necessidade química.
A ideia inicial por trás do cigarro eletrônico era a de ajudar fumantes a diminuírem o vício aos poucos, já que seriam menos tóxicos que o cigarro comum. Com o tempo, porém, percebeu-se que ele também oferece grandes riscos à saúde, já que contém substâncias cancerígenas.
O produto se tornou bastante popular entre jovens, principalmente aqueles que não tinham o hábito de fumar cigarros convencionais. Estima-se que, entre 2011 e 2018, o número de adeptos do cigarro eletrônico foi praticamente multiplicado por seis, indo de 7 a 41 milhões. Trata-se de uma moda perigosa e viciante à qual é preciso ficar atento.