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Cientista que alterou DNA de bebês é condenado a 3 anos de prisão na China

Em novembro de 2018, He Jiankui revelou que havia criado gêmeas com genes modificados para que pudessem resistir ao vírus da aids

Por Da Redação Atualizado em 30 dez 2019, 10h50 - Publicado em 30 dez 2019, 10h06
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  • O experimento que foi recebido com ressalvas se mostrou verdadeiro e He Jiankui foi condenado por modificar genes humanos. (Anthony Wallace/AFP)

    “Sinto a forte responsabilidade de não só chegar primeiro, mas também de estabelecer um exemplo. A sociedade decidirá o que fazer a seguir.” Assim o biólogo chinês He Jiankui apresentou ao mundo, em novembro de 2018, a desconcertante história das bebês gêmeas apelidadas de Lulu e Nana que tiveram seus genes editados para serem resistentes ao vírus da aids que o pai havia contraído.

    Como bem destacou o cientista pioneiro, a sociedade decidiria, e, em seu país de origem, a decisão foi de que ele deveria ir para a cadeia. Nesta segunda-feira, 30, He Jiankui foi condenado a três anos de prisão por um tribunal da cidade de Shenzhen, onde ficava o seu laboratório, por “ter realizado ilegalmente a manipulação genética de embriões com fins reprodutivos”, informou a agência estatal Xinhua. O cientista também terá de pagar uma multa de três milhões de yuanes (1,7 milhões de reais).

    De acordo com a Xinhua, três bebês geneticamente modificados nasceram no projeto de Jiankui. As autoridades chinesas anunciaram em janeiro de 2019 que outra mulher estava grávida de uma criança com o DNA modificado, além das gêmeas, mas o nascimento deste terceiro bebê não foi confirmado.

    Outras duas pessoas foram condenadas, mas a Xinhua não informou que funções elas desempenharam no processo. Zhang Renli recebeu a sentença de dois anos de prisão e terá que pagar multa de um milhão yuanes, enquanto Qin Jinzhou ficará um ano e meio em liberdade condicional e pagará multa de 500.000 yuanes.

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    Os dois pertencem a institutos médicos da província de Guangdong, segundo a agência. O julgamento aconteceu a portas fechadas porque o caso “afeta a vida privada”, afirmou a Xinhua.

    Quando o caso explodiu, a China foi acusada de falta de supervisão. O país não tinha nenhuma lei sobre o tema, apenas uma regulamentação de 2003 que proibia a manipulação genética de embriões, mas que não previa nenhuma pena para os infratores.

    Para alcançar a alteração, foi utilizada a técnica conhecida como Crispr-Cas9 para manipular os genes dos embriões nas plaquetas. O objetivo da manipulação teria sido desativar o gene CCR5, responsável por produzir uma proteína que deixa o organismo vulnerável ao HIV, o vírus da aids. Assim, teoricamente, os bebês, cujo pai é soropositivo, seriam imunes à doença. As duas gêmeas permanecem anônimas e seu paradeiro é desconhecido.

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