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Automutilação cresce 68% em 3 anos entre meninas no Reino Unido

A taxa de jovens que se autoagrediam saltou de 45,9 meninas a cada 10.000, em 2011, para 77 a cada 10.000, em 2014. Números foram menores em meninos

Por Da redação
19 out 2017, 11h41

O número de meninas de 13 a 16 anos que apresentam episódios de automutilação cresceu 68% entre 2011 e 2014 no Reino Unido, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira no British Medical Journal. Nos últimos três anos, a taxa de garotas nessa faixa etária que se machucavam propositalmente saltou de 45,9 a cada 10.000 para 77 a cada 10.000. Segundo os pesquisadores, o número de jovens que praticam a autoagressão foi, no geral, maior entre o sexo feminino do que entre o sexo masculino.

“Embora as taxas mais elevadas de automutilação entre meninas e um forte vínculo com o risco de suicídio posterior tenham confirmado trabalhos anteriores, talvez nossa descoberta mais marcante tenha sido o aparente aumento rápido dessa prática registrado para meninas de 13 a 16 anos”, afirma o psiquiatra Nav Kapur, pesquisador da Universidade de Manchester, no Reino Unido, e coautor do estudo. “Esses resultados enfatizam a oportunidade de uma intervenção precoce na atenção primária para reduzir o risco de suicídio. Existe também a necessidade de cuidados mais integrados envolvendo famílias, escolas, prestadores de serviços sociais e de saúde e voluntários para aumentar a segurança entre esses jovens angustiados e para ajudar a garantir sua futura saúde mental e bem-estar.”

A investigação também descobriu que os jovens que vivem nas áreas mais carentes do ponto de vista socioeconômico, muitas vezes com necessidades mais complexas, eram menos prováveis ​​de serem encaminhados para serviços especializados do que adolescentes que moravam em regiões mais ricas. Por isso, os pesquisadores ressaltam uma necessidade de aumentar os investimentos em serviços de saúde mental e acolhimento nesses locais.

A automutilação – definida pelo ato de ferir-se ou envenenar-se intencionalmente – em crianças e adolescentes é um grande problema de saúde pública em países de todo o mundo, segundo os cientistas. Especialistas reconhecem a prática como o maior fator de risco para o suicídio – que, atualmente, é a segunda causa mais comum de morte nos menores de 25 anos ao redor do globo.

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Para estimar a ocorrência da prática, Kapur e sua equipe analisaram dados de 16.912 pacientes com idades entre 10 e 19 anos, todos com histórico de terem se automutilado de 2001 a 2014. A equipe encontrou 674 práticas diferentes utilizadas pelo grupo para se ferir intencionalmente. Com o objetivo de avaliar a mortalidade, eles também compararam os dados de 8.638 desses pacientes com 170.274 crianças que não apresentavam o hábito de se autoagredir, separadas por idade, gênero e prática geral.

Números

Além do aumento de 68% na ocorrência de automutilação entre meninas de 13 a 16 anos, os pesquisadores perceberam que a taxa de garotas que se machucavam propositalmente era bastante expressiva mesmo considerando outras faixas etárias, especialmente se comparada à dos garotos. Os resultados apontam que 37,4 a cada 10.000 garotas de 10 a 19 anos se automutilavam – contra 12,3 meninos dessa mesma idade a cada 10.000.

O estudo também afirma que o acionamento de serviços especializados de saúde mental dentro de 12 meses a partir do primeiro episódio de autoagressão foi 23% menos provável ​​para jovens que vivem em áreas mais pobres, mesmo que as taxas de automutilação fossem maiores nesses locais.

“Não podemos explicar com certeza esse possível aumento rápido da automutilação entre as meninas. Isso poderia refletir uma melhor conscientização ou registro de casos na atenção primária”, exemplifica Kapur. “Mas também poderia ser resultado do aumento de estresse e níveis mais altos de problemas psicológicos em jovens. Há algumas evidências que indicam que distúrbios comuns na saúde mental estão se tornando mais frequentes dentro desse grupo etário. A internet e as mídias sociais podem ser realmente úteis para prevenir a automutilação, mas também podem ter efeitos negativos e isso é foco de pesquisas e atividades significativas.”

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