Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Aquecimento global compromete a Grande Barreira de Corais

Em apenas dois anos, 1.500 km do patrimônio mundial perdeu as algas marinhas que servem de alimento para os corais

Por Da Redação
Atualizado em 10 abr 2017, 15h29 - Publicado em 10 abr 2017, 15h27
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Pelo segundo ano consecutivo, cientistas constataram o branqueamento da Grande Barreira de Corais, na Austrália. A perda das cores é preocupante por ser um indicador de que as algas marinhas que servem de alimento para os corais estão desaparecendo. Os dados foram divulgados hoje pelo Centro de Excelência ARC para Estudos de Recifes de Coral, do Conselho de Pesquisa Australiana, e, segundo os pesquisadores, a grande causa para o dano é o aumento da temperatura nos oceanos, atribuído ao aquecimento global. Em 2016, o norte da barreira já havia sido atingido e, agora, 1.500 quilômetros estão esbranquiçados e apenas a parte sul está intacta.

    Publicidade

    A Grande Barreira, registrada como patrimônio mundial da UNESCO em 1981, estende-se por 345.000 quilômetros quadrados ao longo da costa australiana e constitui o maior conjunto de corais do mundo. São 400 espécies de corais, 1.500 espécies de peixes, 4.000 espécies de moluscos e várias outras em risco de extinção, como o dugong (mamífero marinho herbívoro) e a grande tartaruga verde. Fora a biodiversidade marinha, ela é uma importante fonte de renda para a Austrália, já que o turismo na região arrecada, anualmente, cerca de 6 bilhões de dólares australianos (14,252 bilhões de reais).

    Publicidade

    A descoberta foi feita após os cientistas sobrevoarem toda a extensão da barreira e analisarem de perto 800 recifes de corais em 8.000 quirômetros. Eles identificaram o quarta ocorrência de branqueamento, que ocorre quando os corais expulsam as algas da sua estrutura já que elas produzem substâncias tóxicas com o aumento de temperaturas, na região. Além de 2017 e 2016, a região também foi impactada em 1998 e 2002. Os cientistas alegam que o fenômeno é reversível e que os corais esbranquiçados não estão, necessariamente, mortos. No entanto, com a proximidade da perda de algas, os corais tiveram pouco tempo de recuperação, que leva pelo menos dez anos, o que pode causar a morte desses animais.

    Recife de corais
    Recife de corais esbranquiçados vistos de avião utilizado na análise (Ed Roberts/Centre of Excellence for Coral Reef Studies/Divulgação)

    Danos à biodiversidade

    O ciclone tropical Debbie que atingiu o país no fim do mês passado, também atingiu a Barreira danos ao longo de cem quilômetros de largura, mas na parte que não foi esbranquiçada. Além disso, a queda das temperaturas causadas pelo ciclone, não conseguiu para barrar os efeitos do aquecimento oceânico, pois atingiu apenas a parte dos recifes que não foram impactadas.

    Publicidade

    Além da temperatura das águas, o coral também está sendo ameaçado pela qualidade da água, que está cada vez mais ácida devido à alta concentração de dióxido de carbono (CO2), e pela estrela do mar coroa-de-espinhos, já que a espécie se alimenta dos corais, deixando-os fracos e vulneráveis.

    “Claramente o recife está lutando com múltiplos impactos”, diz Terry Hughes, diretor do Centro de Excelência ARC para Estudos de Recifes de Coral responsável pelos levantamentos aéreos em 2016 e 2017. “Sem dúvida, o mais impactante é o aquecimento global. Como as temperaturas continuam a subir os corais vão experimentar mais e mais destes eventos: 1 °C de aquecimento até agora já causou quatro branqueamentos nos últimos 19 anos. Precisamos reduzir as emissões de carbono, e a janela para fazer isso está se fechando rapidamente”, disse em comunicado.

    Publicidade

    Veja os recifes de coral da Grande Barreira antes e depois do branqueamento:

     

    Publicidade
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.