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Anaconda: nova espécie de sucuri gigante é descoberta na Amazônia

Exemplares encontrados passam dos seis metros e 360 quilos

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 fev 2024, 22h43 - Publicado em 27 fev 2024, 16h25

Durante a gravação de uma nova série para a National Geographic, estrelada por Will Smith, pesquisadores tiveram a chance de cravar uma descoberta: uma nova espécie de sucuri gigante foi registrada na Amazônia e ela tem o potencial de ser a maior do gênero. 

A espécie já estava sendo estudada pelo menos desde 2007, mas os especialistas encontraram uma dificuldade – ela não apresenta nenhuma diferença morfológica em relação às outras espécies de sucuris. “Por isso, quando compartilhamos os resultados moleculares com o restante da equipe, todos ficaram bastante surpresos, e felizes”, diz Jesus Rivas, em entrevista a VEJA. 

Quais são as diferenças?

De fato, a extensão das diferenças aparece nos detalhes. A investigação mostrou que existe uma disparidade de 5% entre a novíssima Eunectes akayima, mais comum na bacia norte da Amazônia, em comparação com a tradicional Eunectes murinus. Como critério de comparação, não existe uma diferença maior que 2% entre humanos e chimpanzés. 

O artigo assinado por ele junto a uma equipe internacional foi publicado no periódico científico Diversity, duplicando as buscas pelo termo Anaconda, de acordo com o Google Trends.

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EUNACTES AKAYIMA - Idêntica: diferenças são apenas genéticas
EUNACTES AKAYIMA – Idêntica: diferenças são apenas genéticas (Jesus Rivas/Divulgação)

Os autores ainda argumentam que a cobra pode ser a maior espécie de todas as sucuris. A rigor, contudo, isso ainda não se provou, já que o maior exemplar encontrado nessa expedição tinha 6,3 metros, ligeiramente menor que o recorde anterior, com 6,4 metros. 

A aposta é no depoimento das populações indígenas, que conduziram um dos pesquisadores na Amazônia equatoriana em busca das sucuris gigantes. “Um deles tem cicatrizes que estimam ser de uma cobra com 7,5 metros e mais de 500 quilos”, afirma o coautor Bryan G. Fry a VEJA. “Considerando o quão precisos eles eram em adivinhar o tamanho das cobras antes de medi-las na expedição, muito mais precisos que os nossos, nós acreditamos.”

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Como proteger essa espécie?

A ideia original da expedição na Amazônia equatoriana era avaliar a intoxicação das serpentes por metais como chumbo e cádmio. Essas substâncias vão se acumulando ao longo da cadeia alimentar, de modo que tem um grande impacto nos animais que estão no topo da cadeia alimentar. 

Os pesquisadores identificaram que as cobras macho, menores, se alimentam de animais mais altos na cadeia, como aves. Já suas parceiras tem como presas animais que estão na base, como capivaras. Em decorrência disso, os níveis desses intoxicantes nos animais masculinos se mostraram 10 vezes superiores aos encontradas nas sucuris fêmeas. “Isto é profundamente preocupante para a proteção fetal, uma vez que não existe um limite seguro de exposição ao cádmio e ao chumbo, para animais ou seres humanos”, diz Fry. “A viabilidade reprodutiva dessas cobras é um indicador crucial da saúde do ecossistema em geral.”

Diferente das cobras mais conhecidas, presentes em toda a bacia sul da Amazônia – Brasil, Bolívia, Peru e parte da Guiana Francesa – a espécie nova está restrita a região menor da floresta, que compreende Colômbia, Equador, Guiana, Suriname, Trinidade e Tobago, Venezuela e partes da Guiana Francesa. 

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