25 anos após acidente de Chernobyl, governo ucraniano defende energia nuclear
Premiê afirma que as catástrofes não devem frear o progresso científico
Um quarto de século depois da explosão de um reator da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, o governo do país europeu defende a utilização da energia nuclear. “Renunciar às tecnologias nucleares é como proibir os computadores”, afirmou nesta segunda-feira o primeiro-ministro da Ucrânia, Nikolai Azarov. “Para a Ucrânia, um país obrigado a comprar gás e petróleo, não há alternativa à energia nuclear”, ressaltou o chefe do Governo do país que em 26 de abril de 1986 foi palco do maior desastre nuclear da história.
Azarov afirmou que esta afirmação é válida para muitos países. “Renunciar à energia nuclear seria um erro”, disse o governante. “As catástrofes não devem frear o progresso científico.” Embora as pesquisas revelem que a maioria dos ucranianos se diz contra a construção de novas usinas nucleares, a postura das autoridades é firme quanto à necessidade de desenvolver essa fonte de energia.
Prejuízo – Azarov admitiu que, nos últimos 25 anos, as consequências do acidente de Chernobyl prejudicaram a economia da Ucrânia. Os diversos danos causados pelo acidente e os trabalhos para superar as consequências totalizam 180 bilhões de dólares. “Isso sem considerar a perda de vidas humanas e os prejuízos à saúde causados pela contaminação nuclear”, acrescentou o premiê. Em 2011, a Ucrânia deve destinar cerca de 700 milhões de euros a programas de proteção social das pessoas afetadas pelo acidente de Chernobyl, que totalizam 2,21 milhões de ucranianos.
Doações – Azarov destacou a importância da solidariedade internacional ao afirmar que, durante todos estes anos, a comunidade mundial “nem por um minuto” se esqueceu de Chernobyl. Países doadores se comprometeram a fornecer 550 milhões de euros. A quantia entra na conta dos 740 milhões que, segundo as autoridades ucranianas, faltam para transformar a central afetada em uma instalação ecológica segura.
Graças ao apoio financeiro da comunidade internacional foram realizados os trabalhos para estabilizar a instalação que cobre o reator, o que permitiu prolongar a vida útil da estrutura por mais 15 anos. Segundo o primeiro-ministro ucraniano, isso dá o tempo necessário para a construção de uma nova instalação segura sobre o atual, que se deteriora com o passar do tempo. A nova instalação, com uma altura de mais de 100 metros e um peso de 29 mil toneladas, foi projetada para evitar o escapamento de radiação e substâncias radioativas.
Cidade fantasma – O acidente na Ucrânia acabou com a cidade de Pripyat, construída especialmente para abrigar os trabalhadores da usina de Chernobyl. Pripyat é hoje uma cidade fantasma, repleta de marcas da tragédia de 25 de abril de 1986, quando um reator da central de Chernobyl explodiu e liberou uma imensa nuvem radioativa que alcançou toda a Europa Central, atingindo 12 países.
(Com agência EFE)