WhatsApp confirma envio de mensagens em massa nas eleições
Gerente de políticas públicas do aplicativo tratou do assunto durante palestra na Colômbia na semana passada

Executivo do WhatsApp confirmou o mau uso do aplicativo durante as eleições presidenciais no ano passado no Brasil por empresas que encaminharam mensagens em massa durante o período. “[Nas eleições do ano passado no Brasil], haviam empresas que enviavam mensagens em massa e violavam as regras do aplicativo para chegar a públicos maiores”, disse o gerente de políticas públicas do aplicativo, Ben Supple.
O executivo falou sobre a influência do aplicativo nas eleições durante participação no Festival Gabo de jornalismo, realizado em homenagem ao jornalista Gabriel Garcia Marques na cidade de Medelin, na Colômbia, na última sexta-feira (4).
Em outubro do ano passado, o WhatsApp notificou judicialmente quatro agências de comunicação por envio de mensagens em massa. Na mesma época, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) abriu investigação contra o então candidato Jair Bolsonaro (PSL) por envio de mensagens contra PT no WhatsApp durante as eleições.
“Foram eleições muito polêmicas, tinham todas as condições para a disseminação de conteúdos problemáticos e desinformações”, disse Supple. “Muitas pessoas no Brasil não têm acesso a fontes de informação de qualidade e dependem do WhatsApp de forma desproporcional porque não têm como checar o que é repassado. Levamos isso muito a sério por isso lançamos primeiro no Brasil as mudanças no aplicativo, como o símbolo que indica que a mensagem foi encaminhada e o limite de usuários que a recebe de uma só vez.”
Durante a palestra, Supple também confirmou a intensa disseminação de fake news por meio do aplicativo durante o período eleitoral brasileiro. “Nas eleições brasileiras, foram enviadas mais de 100 mil notícias falsas para a central telefônica criada para checar essas informações repassadas pelos usuários”.
Na palestra, o executivo também explicou um novo mecanismo do aplicativo que sinaliza com duas setas uma mensagem repassada em massa e, por isso, “deve demandar atenção redobrada para encaminhar aos seus contatos”.
Segundo Supple, o encaminhamento de mensagens caiu 25% desde janeiro, quando o encaminhamento de mensagens foi limitado em até cinco pessoas por remessa.