Passado um mês da tragédia causada pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão, da mineradora Vale, em Brumadinho (MG), os trabalhos de buscas tentam localizar 131 desaparecidos. O número de mortos confirmados até a manhã desta segunda-feira, 25, chega a 179. O rompimento da estrutura por volta das 12h20 de 25 de janeiro espalhou 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração.
O mar de lama soterrou instalações da área administrativa da empresa — como o refeitório, que era usado pelos funcionários no horário de almoço — destruiu uma pousada e atingiu o rio Paraopeba. Para evitar contaminação, o governo de Minas Gerais proibiu o consumo de água do rio.
A barragem era classificada pela Agência Nacional de Mineração (AMN) como uma estrutura de “baixo risco” em relação à possibilidade de haver algum desastre e rompimento da estrutura. Por outro lado, segundo informações do Cadastro Anual de Barragens, o dano potencial que seu rompimento poderia causar era classificado como alto.
No domingo 24, ocorreram manifestações em Brumadinho e em Belo Horizonte para homenagear os mortos. Pela estimativa do Corpo de Bombeiros, os trabalhos de resgate e de localização de vítimas deverão se estender por mais dois ou três meses. Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o rompimento é o pior desastre em uma barragem em todo o mundo na última década.
Oito profissionais da Vale ligados à segurança da estrutura seguem presos. Para o Ministério Público de Minas Gerais, não foi acidente, mas “crime doloso” (com intenção) e, por isso, é preciso investigar até a cúpula da Vale. Uma das linhas de apuração envolve descobrir quem detinha informações sobre a barragem antes do rompimento.