Traficantes atacam três UPPs e quatro PMs são feridos
Unidade de Manguinhos foi totalmente destruída por um incêndio. Antes, um tiroteio na localidade feriu o comandante e outros dois agentes - o quarto foi atingido por pedrada. Complexos do Alemão e do Lins também foram alvos
Pelo menos três Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio de Janeiro foram atacadas por traficantes nesta quinta-feira. Elas ficam localizadas em grandes complexos de favelas da capital, todos na Zona Norte: Manguinhos, Lins (Camarista Méier) e Alemão. O caso mais grave ocorreu em Manguinhos, onde os contêineres da unidade ficaram totalmente destruídos após um incêndio provocado pelos criminosos.
Quatro policiais militares ficaram feridos – três a tiros e um a pedradas. Um dos baleados é o comandante da unidade, capitão Gabriel Toledo. Atingido na coxa direita, ele foi levado ao Hospital Geral de Bonsucesso e, depois, transferido para o Hospital da Polícia Militar. Uma importante veia da perna foi afetada e ele precisou ser submetido a uma cirurgia. Seu quadro é considerado estável.
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Manguinhos – Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora, tudo começou quando agentes foram até um prédio abandonado que havia sido invadido com a intenção de cumprir uma ordem de desocupação. Ao chegarem, foram atacados pelos ocupantes, que lançaram pedras contra os policiais, ferindo um deles na cabeça. A confusão se ampliou e traficantes teriam aproveitado para atacar os policiais e a sede da UPP.
Na unidade, houve troca de tiros. O capitão e mais dois PMs acabaram baleados nesse confronto. O Batalhão de Choque foi acionado para reforçar a segurança no local e o carro blindado do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) também subiu o morro. Por conta do tumulto e da troca de tiros, a circulação de trens da Supervia pela favela chegou a ser interrompida. Parte do complexo, composto por 13 favelas, ficou sem energia elétrica.
Governo – Desde o fim do ano passado, regiões consideradas pacificadas têm sido alvo de traficantes, especialmente o Complexo do Alemão e a favela da Rocinha. Na semana passada, quando um soldado era enterrado após outro ataque de bandidos, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame classificou os ataques a policiais como uma forma de “terrorismo contra o Estado”.
Logo após o novo episódio, o governador Sérgio Cabral emitiu nota condenando os ataques às UPPs: “Essa é mais uma tentativa da marginalidade de enfraquecer a política vitoriosa da pacificação, que retomou territórios historicamente ocupados pela bandidagem para o controle do Poder Público”, disse, reiterando o “firme compromisso assumido com a população do Rio de Janeiro de não sair, em hipótese alguma, desses locais ocupados”.
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