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Tempo de viagens de carro em SP cai 16% em dez anos

No caso do transporte coletivo, que inclui ônibus, metrô e trens a redução na média no período foi de 10,4%

Por Estadão Conteúdo 12 dez 2018, 09h13
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  • O tempo que o morador da região metropolitana de São Paulo gasta em suas viagens cotidianas está em queda. Em 2007, o tempo médio dos deslocamentos de carro era de 31 minutos. Agora, é de 26 minutos, redução de 16%. É um dos dados preliminares trazidos pela Pesquisa Origem-Destino (OD) da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), feita a cada dez anos desde 1967. Especialistas destacam mais trens, faixas exclusivas e uso de aplicativos como razões para a mudança.

    A edição atual da pesquisa, cujos primeiros dados serão apresentados nesta quarta-feira, 12, foi feita com base em 156.000 entrevistas em 32.000 domicílios nas 39 cidades da Grande São Paulo, além de pontos de bloqueio em rodovias, terminais e aeroportos. No caso do transporte coletivo, que inclui ônibus, metrô e trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), a redução na média dos tempos de viagem foi de 10,4%, de 67 minutos em 2007 para uma hora agora. Mas há diminuição até para quem faz os trajetos diários a pé: de 16 para 12 minutos na última década.

    Há vários motivos para isso, dizem técnicos e especialistas. A primeira é a ampliação da malha do metrô, que aumentou o número de estações na Linha 2-Verde, saindo da Chácara Klabin, na zona sul, até a Vila Prudente, na leste; ganhou a Linha 4-Amarela, ligando a Luz, no centro, ao Butantã, zona oeste, e partes da Linha 15-Prata, na leste, além da expansão da Linha 5-Lilás, na sul. Associada a isso, há a compra de mais trens para a CPTM. Outras explicações citam o aumento de faixas exclusivas de ônibus, que também reduzem o tempo de viagens, e até o uso de apps de navegação por motoristas para fugir de vias mais congestionadas.

    Distâncias

    Para o professor do Departamento de Transportes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) Claudio da Cunha Barbieri, algo a se observar é os percursos que mudaram ao longo da década – quem arrumou emprego mais perto de casa ou se mudou para mais perto do trabalho. “Não consigo olhar o tempo sem olhar a distância”, diz o especialista, “porque o que estamos olhando no fundo é a velocidade”, diz. “Se as pessoas passam a morar mais perto, você diminui o tempo, porque as pessoas se deslocam menos.”

    Barbieri destaca que todas essas explicações, entretanto, ainda são hipóteses. Apenas quando os dados completos da pesquisa forem divulgados – o que está previsto para o primeiro semestre de 2019, segundo o Metrô – será possível ter um quadro melhor. “Estamos falando de médias”, lembra.

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    O empresário Flávio Fernandes, de 34 anos, é uma das pessoas que, por mudanças na rotina, agora faz menos viagens diárias. Ele deixou de andar de ônibus há seis anos, quando largou o trabalho de bancário para criar uma creche-hotel de pets dentro da própria casa, na Parada Inglesa, zona norte de São Paulo. Hoje, quando precisa se locomover mais rapidamente para locais em que o valor da passagem seria o mesmo que o de um aplicativo de transporte, ele acaba optando pelo aplicativo. Eventualmente, usa o próprio carro.

    “O ônibus é uma loteria absurda. Você pega todo dia naquele horário e às vezes está tranquilo ou lotado. Não tem informações sobre atraso no ponto de ônibus. No metrô, ao menos, tem informações sobre atraso”, afirma. Ele deixou de usar ônibus também pela falta de conforto.

    Redução nas viagens

    O único modo de transporte em queda na região metropolitana, na comparação entre 2007 e 2017, é o ônibus, segundo a Pesquisa Origem-Destino do Metrô. Os coletivos tiveram uma redução de 5% no número de viagens na última década, enquanto o metrô teve aumento de 53% e os trens, de 55%. Presidente do sindicato que representa as empresas do setor, Francisco Christovam cita as melhorias nos demais modais – especialmente o aumento da malha do metrô – como causa para o fenômeno. “Há uma migração das viagens realizadas pelo ônibus para o sistema metroviário, o que no fundo é um avanço”, diz.

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