O presidente Michel Temer classificou de “um atentado ao estado de direito e à democracia” o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), na noite de quarta-feira, no Rio de Janeiro, que está sob intervenção federal na área de segurança pública.
“O assassinato da vereadora Marielle e do seu motorista Anderson Gomes é inaceitável e inadmissível como todos os demais assassinatos que ocorreram no Rio de Janeiro. É um verdadeiro atentado ao estado de direito e à democracia”, disse Temer durante reunião sobre a segurança no Rio convocada para a manhã desta quinta.
“No caso especial que estamos aqui discutindo trata-de de uma representante popular que, ao que sei, fazia manifestações e trabalhos com vistas a preservar a paz e a tranquilidade na cidade do Rio de Janeiro”, acrescentou.
Temer convocou uma reunião com os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, Sérgio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, e o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, secretário-executivo do Ministério da Segurança Pública.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que está em Fortaleza, irá diretamente para o Rio de Janeiro acompanhar os primeiros passos da investigação sobre a morte de Marielle.
“Quero não apenas me solidarizar com a família da Marielle e do Anderson Gomes como com todos aqueles que foram vítimas de violência no Rio de Janeiro, mas salientar que essas quadrilhas, essas organizações criminosas não matarão o nosso futuro. Nós estamos ali no Rio de Janeiro para restabelecer a paz e a tranquilidade”, disse Temer, defendendo a intervenção federal no Rio de Janeiro, que completa um mês nesta sexta-feira.
Marielle, de 38 anos e criada no Complexo da Maré, foi alvejada dentro do carro em que estava com outras duas pessoas por um atirador que disparou de um outro carro. O motorista do veículo da parlamentar também morreu, e uma assessora da vereadora ficou ferida.
O caso ocorreu no bairro do Estácio, na zona norte da capital fluminense, e o autor dos disparos fugiu sem levar nada. A motivação do crime está sendo investigada pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio, mas amigos e aliados da deputada disseram que o crime tem características de uma execução.