O ministro Néfi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), atendeu a um pedido da defesa do médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, para que este seja transferido da prisão para o Instituto de Neurologia de Goiânia, por um período inicial de quatro semanas, para que seja tratado de um quadro de “trombose venal profunda”.
João de Deus está preso desde o dia 16 de dezembro, quando se entregou à Justiça após virem à tona relatos de mulheres que o acusam de abuso sexual durante atendimentos na entidade que o médium mantém em Abadiânia (GO), a Casa Dom Inácio. Em entrevista recente a VEJA, Faria voltou a negar as acusações que lhe foram imputadas: “O certo é que não abusei de ninguém”.
Segundo um laudo médico anexado pela sua defesa ao processo atesta que o atual quadro clínico de João de Deus “se não tratado adequadamente pode levar a Embolia Pulmonar, CID: I-26, outra doença de grande morbimortalidade”. Em despacho, o ministro Néfi Cordeiro afirmou que o risco à vida “será, em qualquer processo ou fase processual, o primeiro e mais relevante interesse a ser protegido”
“Indicam os documentos de fls. 280/293 como necessário o urgente tratamento médico-hospitalar do paciente, para garantia emergencial de sua vida.Assim, o risco de vida merece ser desde logo e com urgência debelado pela provisão do tratamento adequado”, escreveu. O ministro determinou que seja instalada uma escolta policial no local – se não for possível, que se substitua pelo monitoramento eletrônico – e que os custos do tratamento sejam pagos pelo médium.