A Guarda Civil Municipal e o presidente da Câmara de São Paulo, Milton Leite (DEM), negociam com um grupo de cerca de 50 manifestantes ligados a partidos de esquerda a desocupação do plenário do Legislativo municipal, ocupado no início desta tarde, em protesto contra os projetos de concessão e privatização de serviços e equipamentos públicos propostos pelo prefeito João Doria (PSDB).
Durante a invasão, houve bate-boca e empurra-empurra entre estudantes e guardas-civis. Com o apoio de vereadores do PT e PSOL, os manifestantes reivindicam a suspensão imediata dos projetos de lei que definem a concessão de parques, mercados, bilhete único e do estádio do Pacaembu à iniciativa privada. Essas propostas já foram aprovadas em primeira votação pela Câmara e devem ser votados em definitivo em setembro.
O grupo, que ocupou o plenário por volta das 13h, também pede a realização de 32 audiências públicas para discutir os projetos de concessão, além da realização de um plebiscito para submeter a toda população da capital a decisão sobre dar ou não o aval às privatizações. O projeto de plebiscito foi feito pela vereadora Patrícia Bezerra (PSDB), ex-secretária de Direitos Humanos da gestão Doria.
Os manifestantes também reivindicam a revogação das alterações no passe-livre estudantil, que restringiu os horários de uso do bilhete que dá descontos nas passagens de ônibus aos estudantes da capital.
Assembleia
Após a reunião com Milton Leite, os manifestantes se sentaram no chão do plenário e fizeram uma assembleia para decidir os próximos passos do ato. No fim, declamaram um jogral em que faziam um apelo para que a presidência da Câmara deixasse entrar comida e água no recinto. Segundo eles, Leite estava “impondo” uma greve de fome e sede.
“Estamos com fome. Estamos com sede. Estamos sofrendo pressão psicológica. Apesar disso, vamos resistir”, discursaram. A fala foi encerrada com um pedido para que os seus apoiadores façam uma vigília em frente à Câmara. Ao lado dos manifestantes estavam os vereadores Eduardo Suplicy (PT) e Juliana Cardoso (PT) e o padre Julio Lancelotti.
Agentes da Inspetoria de Operacões Especiais (IOPE), grupo de elite da GCM, se concentram com escudos do lado de fora do plenário. A Tropa de Choque da Polícia Militar está posicionada com cinco viaturas na garagem da Câmara.
(Com Estadão Conteúdo)