Sócio da boate Kiss pede indenização de R$ 528 mil ao Estado
Elissandro Spohr entrou na Justiça nesta segunda-feira contra danos a sua imagem. Ele tenta responsabilizar o poder público pela tragédia em Santa Maria
Por Nicole Fusco
26 jan 2016, 16h12
Réu no processo criminal em decorrência da tragédia na boate Kiss, Elissandro Spohr, o Kiko, um dos sócios da casa noturna em que um incêndio matou 242 pessoas em janeiro de 2013, entrou na Justiça do Rio Grande do Sul na segunda-feira com um pedido de indenização contra o Estado. Ele tenta responsabilizar os órgãos e funcionários públicos pela tragédia em Santa Maria. O valor da ação, ajuizada na 1ª Vara Cível Especializada em Fazenda Pública, foi fixado em 528.000 reais. A quantia é de quarenta salários mínimos para cada um dos quinze acionados.
A defesa de Spohr acionou as seguintes pessoas: Beloyannes Orengo de Pietro Junior, chefe da fiscalização da secretaria de controle e mobilidade urbana; Cezar Schirmer, então prefeito de Santa Maria; Daniel da Silva Adriano, militar da reserva dos bombeiros; Gilson Martins Dias e Vagner Guimarães Coelho, os bombeiros que realizaram a última vistoria na Boate Kiss; Luiz Alberto Carvalho Junior, então secretário de Proteção Ambiental; Marcus Vinicius Bittencourt Biermann, ex-funcionário da Secretaria de Finanças, que assinou o alvará de localização da boate; Miguel Caetano Passini, secretário de Controle e Mobilidade Urbana; o tenente-coronel Moisés da Silva Fuchs, ex-comandante do Corpo de Bombeiros de Santa Maria; o promotor Ricardo Lozza; o tenente Volmar Machado Palma; além do Estado do Rio Grande do Sul; e do município de Santa Maria.
Embora um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira tenha afirmado que Spohr sabia que o grupo utilizava fogos na apresentação, o advogado do empresário, Jader Marques, afirma que a imagem dele foi “absolutamente atingida” pelo processo, sendo que, na verdade, “houve uma transferência de responsabilidade dos agentes públicos para o proprietário da Boate Kiss”. “Fizemos uma tentativa de mostrar a forte negligência dos agentes públicos do Corpo de Bombeiros e da prefeitura, por exemplo, que concederam alvarás dizendo que a boate estava apta [para funcionar], enquanto, na verdade, foi o contrário”, afirmou.
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Spohr já havia responsabilizado o Ministério Público, o Corpo de Bombeiros e a prefeitura de Santa Maria durante as mais de oito horas que depôs à Justiça, em dezembro. Em relação a Schirmer, então prefeito do município, Spohr disse que se ele era dono da boate, “o prefeito era o dono da cidade”. “Só eu sento aqui para explicar? Junto comigo também deveria ter bem mais gente dando explicação. O senhor não deveria ter aceitado denúncia só contra quatro bocós”, disse ao juiz Ulysses Fonseca Louzada, na ocasião, referindo-se a ele e a Mauro Hoffmann, o outro proprietário da boate, além de Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão, músicos da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava na noite do incêndio. Os quatro réus são acusados de homicídio qualificado por motivo torpe e emprego de fogo, asfixia ou outro meio insidioso ou cruel que possa resultar perigo comum (242 vezes consumado e 636 vezes tentado).
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