O debate sobre a idade das modelos e suas condições de trabalho voltou ao primeiro plano em Nova York, por ocasião da abertura da Semana da Moda na cidade.
O Conselho de Estilistas dos Estados Unidos (CDFA, nas siglas em inglês) publicou recentemente uma nova edição de recomendações para as agências que contratam jovens para desfilar nas passarelas.
Em teoria, recordou Diane von Furstenberg, presidente do CFDA, as agências maiores “comprometem-se a não enviar aos desfiles modelos com menos de 16 anos”.
“A indústria deve trabalhar em conjunto para que o compromisso seja respeitado”, advertiu, sugerindo a exigência de documento de identidade.
Mas este limite não tem o apoio unânime de uma indústria que emprega às vezes adolescentes, de 14 ou 15 anos.
A agência Ford Models diz que leva a maturidade das modelos muito a sério. Trabalhamos caso a caso, com os pais delas, para determinar se estão prontas para desfilar.
No entanto, pelo menos duas de suas manequins para os desfiles desta temporada, entre elas Ondria Hardin, têm menos de 16 anos, segundo o jornal New York Times.
As recomendações do CFDA também fazem referência à questão da extrema magreza das modelos e enumera conselhos para “educar a indústria” sobre os transtornos alimentares e oferecer às moças que desfilam “alimentos sadios”.
Outra iniciativa é a criação anunciada da “Model Alliance”, um grupo de defesa das jovens, criado por iniciativa da modelo nova-iorquina Sara Ziff, de 29 anos, que começou a desfilar aos 14.
A “Model Alliance” denuncia uma indústria que “com frequência não respeita as leis sobre o trabalho de menores, carece de transparência financeira, estimula distúrbios alimentares e tolera cegamente os abusos sexuais nos lugares de trabalho”.
A Semana da Moda de Nova York, que apresenta as coleções outono-inverno 2012, será concluída no dia 16 de fevereiro. Estão previstos 90 desfiles no Lincoln Center e outros 250 no restante da cidade.
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