Rodoviários paralisam sistema de ônibus na Grande BH
Apenas de 15% a 30% da frota operava na manha desta segunda-feira, diz sindicato das empresas. Greve atinge pelo menos 1,6 milhão de usuários
Os moradores da Grande Belo Horizonte – que inclui, entre outras, as cidades de Betim, Contagem e Confins -, tiveram dificuldades para se deslocar na manhã desta segunda-feira por causa de uma greve entre os motoristas e cobradores de ônibus. De acordo com o sindicato que representa as empresas do setor, o sistema de transporte coletivo rodoviário operava na parte da manhã com 15% a 30% da frota, o que afetou um contingente de pelo menos 1,6 milhão de passageiros que, diariamente, utilizam o serviço apenas na capital mineira.
Os rodoviários negociavam há semanas reajustes salariais e outros benefícios, como participação nos lucros e aumento no benefício do vale refeição. Eles já tinham recusado uma proposta do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram), que na semana passada ofereceu uma ampliação de salários de 13% mais participação nos lucros para cobradores e motoristas, além de reajuste de 9% para empregados da área administrativa, quando, neste domingo, decidiram cruzar os braços.
Os trabalhadores reivindicam reajuste de 49% nos salários, jornada de trabalho de seis horas diárias, instalação de banheiros femininos nos pontos finais de ônibus e protestam pela manutenção do posto dos cobradores – os coletivos operam com catraca eletrônica.
Neste amanhã, os pontos mais problemáticos da capital concentravam-se nos terminais responsáveis pela interligação entre o metrô o ônibus. Segundo a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), às 11 horas o usuário enfrentavam dificuldades principalmente nas estações Barreiros, Diamante, Venda Nova e Eldorado. Esses locais praticamente não contavam com linhas de ônibus em funcionamento.
Até o início da tarde desta segunda-feira, segundo a Polícia Militar, cinco ônibus tinham sido depredados por manifestantes na capital mineira. Dois homens foram presos por tentarem impedir a saída de ônibus de uma das garagens mantidas por empresas de transportes coletivos na cidade de Belo Horizonte. “Operamos toda a manhã com escolta dos motoristas que optaram por não aderir ao movimento de greve. Pela tarde, porém, a situação parece mais tranquila, sem piquetes em garagens”, afirma o coronel Rogério Andrade, responsável pelo policiamento da capital.