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Rio bate recorde de assaltos no mês da Olimpíada

Apesar do aparato de quase 50 000 agentes de segurança espalhados pela cidade, período dos Jogos registrou o maior número de assaltos da história do estado

Por Leslie Leitão Atualizado em 23 set 2016, 20h43 - Publicado em 23 set 2016, 20h43

Ao final da Olimpíada, as autoridades de segurança respiraram aliviadas. José Mariano Beltrame, que comanda a pasta no governo fluminense há uma década, chegou a classificar a operação como bem sucedida. O delegado destacou a integração das polícias Civil e Militar com as Forças Armadas, Polícia Federal e Rodoviária e Força Nacional – totalizando um aparato de quase 50 000 homens – como grande legado desse sucesso. Beltrame só esqueceu da população do Rio de Janeiro, que mesmo com todo esse reforço sofreu nas mãos de assaltantes que atacaram como nunca. Agosto de 2016, o mês dos Jogos Olímpicos, que registrou a maior concentração de agentes de segurança de todos os tempos no Brasil, registrou também o maior número de assaltos em um único mês. Foram 17 255 roubos, seis mil a mais do que o registrado no mesmo período de 2015 (11 290).

Os números assombrosos foram divulgados na tarde desta sexta-feira pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). Nos corredores da secretaria, as autoridades tentam se agarrar numa explicação para tamanho salto na violência: os quase 1,2 milhão de turistas que estiveram na cidade durante os Jogos, aumentando em 18% a população da capital. Uma análise mais aprofundada dos dados, no entanto, indica que esse crescimento de assaltos vem sendo registrado todos os meses. Como já havia mostrado o site de VEJA , o primeiro semestre de 2016 foi o pior da história , com 97 100 assaltos. Somados os meses de julho e agosto, já houve 131 198 roubos nas ruas do estado somente nos oito primeiros meses do ano.

O que impressiona na ineficiência do aparato de segurança para a Olimpíada é que mesmo nas áreas de competições os números de assaltos registraram aumentos significativos. Na área de Copacabana e Leme – que concentrava muitos turistas e contava com militares do Exército por toda a parte – os 147 roubos dobraram em relação a agosto de 2015 (71). No Leblon e em Ipanema o salto foi de 98 para 137. As regiões da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá, onde também houve grande concentração de pessoas em virtude da localização do Parque Olímpico, saltou de 475 para 521, enquanto a área englobando Maracanã e Tijuca teve 254 assaltos, contra 164 no mesmo mês de agosto do ano passado. O centro, que também lotou diariamente, em especialmente no trecho do Boulevard Olímpico, teve 606 ataques de ladrões, contra 425 do ano passado.

Como era de se esperar, fora do eixo olímpico a situação foi ainda pior. Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, aumentou de 1 101 para 1 836 roubos. Nas áreas que englobam vários bairros nos arredores dos Complexos do Alemão e da Maré, na Zona Norte, os números de assaltos somados pularam de 602 para 1 075. Até a Região dos Lagos também viveu dias de terror nas mãos de bandidos, registrando 233 assaltos, contra 100 de agosto de 2015.

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O ISP forneceu dados e comparou os oito meses deste ano com o mesmo período do ano passado. E os números mostram a crise na qual a segurança mergulhou. Os homicídios aumentaram 17,4%: foram 3 224 assassinatos, contra 2 747 de 2015. O número de armas apreendidas caiu de 6 237 para 6 046, enquanto o de autos de resistência (mortes em confronto com a polícia) cresceu 19,2%, registrando 547 casos este ano, contra 459 do ano passado.

Nos corredores da segurança pública, o que se diz é que Beltrame está se despedindo após dez anos. Em dezembro de 2006, último mês antes de assumir a secretaria de Segurança, o Rio de Janeiro registrou 10 619 roubos (62% a menos que agosto de 2016). A expectativa é de que o secretário deixe a pasta após as eleições e sua ideia é fazer seu sub, o também delegado federal Roberto Sá, como sucessor.

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