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Protesto contra a reforma da Previdência fecha a Avenida Paulista

Organizadores estimam em 90 mil o número de manifestantes, que se espalham ao longo de seis quarteirões da via; ex-presidente Lula deve participar do ato

Por Eduardo Gonçalves
Atualizado em 4 jun 2024, 18h46 - Publicado em 15 mar 2017, 17h43
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  • Um protesto contra a reforma da Previdência fecha a Avenida Paulista, em São Paulo, nos dois sentidos no final da tarde desta quarta-feira e reúne milhares de manifestantes – 90 mil, segundo avaliação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) feita por volta das 17h; a Polícia Militar não tinha estimativa. O ato é organizado por grupos de esquerda como as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, além de sindicatos, movimentos sociais e partidos de oposição ao presidente Michel Temer (PMDB).

    A manifestação em São Paulo é a principal – e onde é esperado o maior público – do que os movimentos classificam como “Dia Nacional de Paralisação e Mobilização”. Desde a manhã, diversos sindicatos, entre eles os de bancários, metroviários, rodoviários e professores, paralisaram as suas atividades. A pauta central é se opor às medidas propostas pelo governo Temer que alteram as regras previdenciárias e trabalhistas e pedir novas eleições, mas cada grupo também tem reivindicações específicas, como reajuste salarial e mudanças nos planos de carreira.

    Os manifestantes seguram cartazes com os dizeres “Reaja agora ou morra trabalhando” e “Aposentadoria fica; Temer sai” e entoam gritos de “Fora Temer”. A chegada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é esperada para as 19 horas.  As lideranças dos movimentos destacam que, apesar das diferenças, conseguiram reunir diversos grupos em volta de um mesmo tema – a oposição à reforma da Previdência. Desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), as entidades vinham tendo dificuldade para congregar um grande número de pessoas num ato contra Temer.

    “Esse já é um dia vitorioso”, afirmou Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP). Apesar de apoiar os metroviários – que mantém paralisação parcial nesta quarta-feira , ele disse estar preocupado que a greve possa impedir as pessoas de chegarem à Paulista. Muitos grupos, no entanto, vieram de cidades do interior paulista e de outros locais da capital em ônibus fretados.

    A maior parte dos manifestantes se encontra em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), mas eles se espalham ao longo da avenida. Por volta das 17 horas, havia cerca de seis quarteirões ocupados. A Polícia Militar montou dois pontos de bloqueio nos cruzamentos da Paulista com a avenida Brigadeiro Luiz Antônio e com a rua da Consolação. Algumas ruas do centro estão sendo fechadas para a passagem de grupos que se dirigem à Paulista.

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    O início do protesto foi anunciado oficialmente às 17 horas, com as músicas “Meu Coração é Vermelho”, de Fafá de Belém, e “Que País é Esse?”, da Legião Urbana.

    No fim do ato, um grupo de estudantes encapuzados e mascarados tentou fechar a Av. Nove de Julho. A tropa de choque da PM interviu e jogou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que correram.

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