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Prefeitos aliados de Doria em SP protestam contra plano de quarentena

Governador liberou a capital para flexibilizar o isolamento, mas deixou cidades do entorno de fora

Por Mariana Zylberkan Atualizado em 28 Maio 2020, 14h40 - Publicado em 28 Maio 2020, 14h13
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  • Prefeitos de cidades que compõem a região metropolitana de São Paulo protestaram contra a decisão do governador João Doria (PSDB) de determinar a flexibilização da quarentena na capital e manter os municípios do entorno ainda sob restrição de atividades não essenciais. O plano para a retomada gradual dividiu o estado em cores, de acordo com o número de casos e mortes em cada região, e foi anunciado pelo tucano nesta quarta-feira, 27.

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    De acordo com o mapa divulgado pelo governo, a capital figura como uma ilha laranja em meio a cidades representadas pela cor vermelha, que indica situação epidemiológica preocupante e, por isso, devem manter a quarentena. A decisão levou um grupo de prefeitos a se reunir com o governador logo após o anúncio das novas regras para pedir que a flexibilização da quarentena se estenda à Grande São Paulo. Entre as atividades liberadas na capital está o comércio, área da economia mais atingida pelas regras de isolamento social.

    Flexibilização quarentena SP
    (Governo do Estado de SP/Reprodução)

    Em vídeo divulgado nas redes sociais, o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), aliado de Doria, se disse indignado com a decisão. “Incluir a capital e deixar de fora a cidade de Santo André e a região do ABC é um grande absurdo porque deixou de fora os critério científicos. Os índices da nossa cidade são muito menores do que os da capital”, disse.

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    O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), também usou as redes sociais para expressar sua oposição ao anúncio da flexibilização. “Me deixou bastante indignado”, disse mais um aliado de Doria no estado. “Doria continua sendo meu amigo, meu aliado, mas aqui a gente separa [o que é melhor] para a cidade de São Bernardo”, disse.

    “Nos causou estranheza essa decisão do governo de São Paulo que liberou a capital e não a região metropolitana”, disse o prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa (PSD). “Com a cidade de São Paulo aberta, as pessoas de Guarulhos vão consumir na capital, ou seja, enfraquece ainda mais o nosso comércio”, completou.

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    O prefeito de Osasco, Rogério Lins (Podemos), também reclamou. “As cidades da região metropolitana estão organizadas para dar o próximo passo na flexibilização da quarentena. Isso abre a oportunidade para muitos comerciantes da nossa cidade que precisam trabalhar”, disse.

    Em Diadema, o prefeito Lauro Michels (PV) disse que o município seguiu à risca as regras do estado em relação ao isolamento social e à abertura de leitos de UTI e, mesmo assim, a flexibilização da quarentena não foi estendida à cidade. “Onde já se viu mudar as regras de uma hora para outra sem falar com os prefeitos? Onde está o respeito com a população? Será que é só politicagem?”, disse em vídeo divulgado em rede social.

    Ao anunciar o plano de flexibilização da quarentena, Doria explicou que haverá uma avaliação a cada sete dias para saber como está o controle da epidemia e as condições no sistema de saúde em cada local. Se houver alteração dos indicadores, as regiões poderão evoluir ou regredir de fase. Além disso, uma região só poderá se mover para fases menos restritivas após 15 dias em cada fase, o que corresponde a um período completo de incubação.

    De acordo com o governo do estado de São Paulo, foram priorizados setores que empregam mais, com maior risco de falência e que criam menos risco de transmissão da Covid-19. Ainda não há previsão de abertura para os setores de educação e transportes.

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