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‘Não teremos outro dia como ontem’, diz Bolsonaro após PF mirar aliados

Presidente disse ter 'as armas da democracia' nas mãos e gritou 'acabou, porra!'. Nesta quarta, filho dele deu como certa 'ruptura' entre Poderes

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 Maio 2020, 13h53 - Publicado em 28 Maio 2020, 10h39

No dia seguinte à operação da Polícia Federal que mirou aliados seus, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro declarou na manhã desta quinta-feira, 28, que “não teremos outros dia como ontem, chega”. A ação da PF foi deflagrada no âmbito do inquérito relatado por Moraes que investiga propagação de fake news na internet e agressões virtuais a autoridades, entre as quais ministros do Supremo.

“Mais um dia triste na nossa história. Mas o povo tenha certeza, foi o último dia triste”, declarou Bolsonaro, que completou a fala, na saída do Palácio da Alvorada, afirmando que “não teremos outro dia como ontem, chega. Chegamos no limite. Estou com as armas da democracia na mão. Eu honro os meus compromissos, o juramento que fiz quando assumi a presidência da República”.

“Acabou, porra!”, gritou o presidente em outro momento, após citar “pessoas que se julgam melhor e mais poderosas que os outros” e criticar decisões monocráticas.

Sobre a investigação da PF, que mirou blogueiros e empresários bolsonaristas, além de parlamentares aliados, o presidente afirmou ainda que “querem tirar a mídia que eu tenho a meu favor sob o argumento mentiroso de fake news”. “Não são bandidos, não são marginais, não são traficantes, muito pelo contrário, são cidadãos, chefes de família, homens, mulheres, surpreendidos com a Polícia Federal que estava cumprindo ordem batendo em suas casas”.

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As declarações do presidente na manhã desta quinta são mais um degrau na escalada de tensão entre o Executivo e o Judiciário ao longo do último mês. O próprio Alexandre de Moraes já havia barrado a posse do escolhido de Bolsonaro para chefiar a Polícia Federal, Alexandre Ramagem, e o ministro Celso de Mello, relator do inquérito que apura se o presidente tentou interferir politicamente na PF, determinou a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril. O Palácio do Planalto havia pedido para que houvesse cortes e, após a decisão, Bolsonaro sugeriu em uma publicação no Twitter que o decano do Supremo cometeu crime de abuso de autoridade.

As imagens do encontro mostraram o ministro da Educação, Abraham Weintraub, defendendo a prisão de ministros do Supremo, chamados por ele de “vagabundos”. Ainda no âmbito do inquérito sobre fake news e ataques a autoridades, Moraes afirmou que vê indícios de seis crimes cometidos por Weintraub e determinou que ele preste depoimento. Na noite desta quarta-feira, 27, o ministro da Justiça, André Mendonça, pediu ao STF que derrube a decisão de Moraes.

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Celso de Mello ainda decidirá sobre a apreensão dos celulares de Jair Bolsonaro e de seu filho Carlos, vereador no Rio de Janeiro, em uma notícia-crime movida por PSB, PDT e PV. Quando enviou o pedido para apreciação do procurador-geral da República, Augusto Aras, o ministro foi alvo de ataques do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, que divulgou nota segundo a qual as consequências da apreensão seriam “imprevisíveis”. Indicado por Bolsonaro ao cargo, Aras se manifestou contra o pedido dos partidos. Ele e o presidente se encontraram nesta semana.

Em outro episódio que esquenta o embate entre os Poderes, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho de Bolsonaro, afirmou, em uma live ao lado do blogueiro Allan dos Santos e da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), ambos investigados pela disseminação de notícias falsas, que participa de reuniões nas quais se discute “quando” haverá um “momento de ruptura no Brasil”.

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“Não tenho nem dúvida de que amanhã vai ser na minha casa [que cumprirão mandado de busca e apreensão], que se tivermos uma posição colaborativa com o Supremo, vão entrar na nossa casa, dando risada. Até entendo que há uma postura moderada, vamos dizer, para não tentar chegar a momento de ruptura, a momento de cisão ainda maior, conflito ainda maior. Mas, falando abertamente, opinião de Eduardo Bolsonaro, não é mais opção de se, mas, sim, de quando isso [momento de ruptura] vai ocorrer”, afirmou. Na sequência, Eduardo disse que “discute esse tipo de coisa porque a gente estuda história”. 

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