Os senadores do PR decidiram nesta quarta-feira deixar oficialmente o bloco de apoio ao governo na Casa. O anúncio foi feito pelo líder do partido no Senado, Magno Malta (ES). O requerimento diz que a legenda mantem apoio ao governo Dilma, mas atuará a partir de agora de acordo com suas próprias convicções.
Com isso o bloco liderado pelo PT e formado com os partidos PDT, PSB, PCdoB e PRB deixará de ser o maior grupo do Senado. Como o PR tem seis senadores, o número de parlamentares do bloco cairá de trinta para 24. O bloco formado por PMDB, PP, PSC, PMN e PV tem 28 senadores e será o maior grupo da Casa.
“Não houve quebra de confiança. Nós só decidimos que nós vamos nos liderar”, defendeu Malta. O senador disse que falta critério do governo na hora de decidir sobre demissões. “Se a moda pega, vai ter que demitir todo mundo e e Brasília vai ficar fazia. Cada denúncia, cada notinha que vier no jornal, demite. Até porque o governo ficou na obrigação de fazer isso agora. Não fez nos Transportes? Tem que fazer em todo lugar”.
O PR é composto por seis senadores: Antonio Russo (MS); Blairo Maggi (MT); Clésio Andrade (MG); Magno Malta (ES); Vicentinho Alves (TO); e Alfredo Nascimento (AM). Também filiado ao PR, João Ribeito (TO) está licenciado. O suplente dele, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), ficou conhecido depois de fazer uma confusão: assinou a CPI dos Transportes, depois retirou a assinatura a pedido de João Ribeiro, em seguida voltou atrás e decidiu apoiar a comissão novamente.
Caso – O PR, partido pivô da crise nos Transportes, vem ameaçando deixar a base de apoio do governo desde que a presidente Dilma nomeou Paulo Passos como novo titular da pasta. Apesar de ser filiado ao PR, Passos não era indicação da cúpula do partido. A situação piorou quando o Planalto resolveu fazer uma faxina no Ministério dos Transportes e nos órgãos vinculados à pasta, como o Dnit. A maioria dos demitidos foi indicada por parlamentares do PR.
Durante depoimento do ex-ministro Alfredo Nascimento no Senado nesta terça-feira, os senadores reforçaram a posição de insatisfação com o governo. “Vamos sair desse bloco, vamos fazer apoio crítico ao governo. O que é bom é bom, o que é ruim é ruim. Presidente, tchau e benção. Segue com o seu ministério, faz como a senhora quiser. Vamos continuar na base governista, mas vamos sair do bloco de apoio ao governo no Senado”, afirmou Malta na ocasião.
O senador Blairo Maggi (PR-MT) fez coro com o correligionário: “Viramos a escória da política. Desejo que a Presidência venha a público, condene quem tenha que condenar e diga se o PR é o partido do bem ou do mal. E que d�� aos outros partidos o mesmo tratamento que deu ao PR nessa situação. “